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Sistema tributário brasileiro aguarda por reforma desde a Constituição de 88
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Apesar de distorções como
carga excessiva, estímulo à informalidade e peso desproporcional sobre os mais pobres, o
sistema tributário brasileiro
espera desde a Constituição de
1988 pela reforma prometida
por quase todos os candidatos a
presidente. Neste ano, Geraldo
Alckmin prometeu propor a reforma logo no início do mandato; Heloísa Helena a tratou como sua principal agenda legislativa; Lula, que havia dito tudo
isso em 2002, culpa os governadores pelo fracasso do projeto.
Em linhas gerais, PT e PSDB
concordam em relação aos objetivos da reforma -seus governos apresentaram propostas semelhantes ao Congresso.
Um dos principais defeitos
apontados no sistema tributário é a quantidade exagerada de
tributos indiretos, que incidem
sobre a produção e o consumo.
Na maior parte dos países, é
muito maior a participação dos
tributos diretos, que incidem
sobre a renda e o patrimônio.
Os tributos indiretos ajudam
a explicar como um país de renda média, como o Brasil, tem
carga tributária comparável às
de países desenvolvidos. Como
acabam embutidos nos preços
das mercadorias e serviços, têm
impacto maior sobre os mais
pobres que sobre os mais ricos.
FHC e Lula propuseram o
mesmo passo inicial para racionalizar a essa tributação: a unificação das 27 atuais legislações
do ICMS. No futuro, o novo
ICMS poderia incorporar tributos como o ISS, a Cofins e o
PIS/Pasep. Premidos por dívidas e gastos crescentes, União,
Estados e municípios não admitem abrir mão de receitas, o
que torna quase impossíveis as
negociações no Congresso.
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