São Paulo, Domingo, 26 de Setembro de 1999
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Dias diz que declarações são "aéticas"

do Painel, em Brasília

e da Reportagem Local

A assessoria de imprensa do governador Mário Covas informou que ele só comentará as declarações do ex-ministro Renan Calheiros após a publicação da entrevista. O filho do governador, Mário Covas Neto, e o empresário Antônio Carlos Dias Felipe não foram localizados pela Folha.
O ministro da Justiça, José Carlos Dias, lamentou as declarações. "Me surpreendo com as atitudes que ele está tomando, que são pelo menos aéticas, contra um ministro da Justiça de um governo ao qual ele serviu até há pouco."
Apesar disso, Dias garante que não discutirá com Calheiros. "Não vou entrar em polêmica, mesmo porque, quanto ao meu passado e ao meu caráter, é o que tenho como patrimônio."
O secretário de Ciência e Tecnologia de São Paulo, José Aníbal, disse que "jamais, nunca" telefonou para Calheiros para tratar de inspeção veicular. "Ele precisa explicar é por que queria centralizar. Isso ele não diz, mas eu vou dizer: é porque seus interesses e os interesses os quais representa são corruptos." Aníbal disse que vai processar Calheiros.
José Carlos Dias disse que a inspeção veicular deve ser feita por institutos ligados a universidades públicas. "Os recursos seriam revertidos à pesquisa científica."
A idéia, segundo o ministro, foi levada a ele pelo governador do Paraná, Jaime Lerner (PFL).
O ministro negou que esteja querendo se desfazer de responsabilidades, como diz Calheiros.
Dias afirmou ainda que a anulação da licitação para a confecção de passaportes, feita pelo ex-ministro, "não envolveu nenhuma desonestidade". Segundo ele, pouco antes da assinatura do contrato, houve a desvalorização do real. Como alguns componentes tinham preço em dólar, o consórcio Sinag tentou um reajuste.
A Polícia Federal, por outro lado, avaliava que o número de viagens internacionais cairia com a desvalorização e que ela não precisaria de tantos passaportes -cerca de 800 mil.


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