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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ DISSIDÊNCIAS
Grupo, formado na maior parte por sindicalistas, repudia possível vitória da tendência Campo Majoritário nas eleições internas
400 filiados deixam PT e aderem ao PSOL
FLÁVIA MARREIRO
DA REPORTAGEM LOCAL
Em repúdio à crise, à política
econômica e aos resultados da
eleição interna do PT, um grupo
de 400 petistas -representantes
de movimentos sociais de todo o
país, a maioria sindicalistas-,
realizaram ato ontem em São
Paulo para se desfiliar do partido
e ingressar no PSOL.
Reunião de dissidentes da CUT
(Central Única dos Trabalhadores) e das tendências da esquerda
petista Articulação de Esquerda e
da Democracia Socialista, o grupo
afirma que o resultado da eleição
do PT, em especial o das chapas,
que define os cargos da cúpula,
demonstrou que o Campo Majoritário continuará no controle.
"Apoiamos Plínio de Arruda
Sampaio no primeiro turno. Mas
avaliamos que Raul Pont não vai
ganhar. E, se ganhar, vai ser uma
rainha da Inglaterra. O Campo vai
ter o Diretório", diz a dissidente
Bernadete Menezes, ex-vereadora
do PT em Porto Alegre, integrante
da Executiva Nacional da CUT.
Pelo apurado até agora na eleição
para presidente do PT, o mais
provável é que Ricardo Berzoini,
do Campo Majoritário, dispute
segundo turno com Raul Pont, da
Democracia Socialista.
A saída em bloco de petistas
ocorreu no final da Assembléia
Nacional Popular e da Esquerda,
que reuniu 800 pessoas, entre representantes do MST, sindicatos e
partidos como Psol, PSTU. O encontro aprovou carta dura contra
o governo: "Para realizar sua
"obra", o governo Lula trabalhou
para cooptar as direções e desmobilizar os movimentos sociais, o
caso mais escandaloso é das direções majoritárias da CUT e da
UNE", diz trecho.
Segundo Francisvaldo Mendes,
da Executiva da CUT, o objetivo
dos dissidentes é refazer no PSOL
um diálogo com os movimentos
sociais, "ocupar esse espaço que
foi abandonado pelo PT".
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