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Procuradoria investiga atuação de ex-diretor do Banco do Brasil
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ
ENVIADO ESPECIAL A CUIABÁ
O procurador da República
em Cuiabá (MT) Mário Lúcio
Avelar disse ontem que será investigada a possibilidade de
que ex-diretor de Gestão e Risco do Banco do Brasil Expedito
Veloso tenha usado o cargo para levantar dados bancários
contra o empresário Abel Pereira, supostamente ligado ao
ex-ministro Barjas Negri, do
governo Fernando Henrique
Cardoso: "É possível. Não há
como afirmar concretamente".
Um extrato de conta corrente -emitido pelo BB no dia 14
passado, quando era negociado
em Cuiabá dossiê contra tucanos- reforça a suspeita contra
Expedito. Os indícios de que
Abel teria recebido propina
consistem em extratos da movimentação financeira de empresas de Luiz Antonio Vedoin,
chefe da máfia dos sanguessugas. Os extratos foram entregues por Vedoin à Justiça e à revista "IstoÉ" no dia 14.
Com base nas informações, a
revista publicou reportagem
dizendo que Abel recebia propina por terceiros para liberação de verbas do Ministério da
Saúde, na gestão de Barjas.
Vedoin afirmou que Expedito, ainda no cargo, estava presente na entrevista dada à revista em Cuiabá -no mesmo
dia da emissão do extrato do BB
que comprova transferência de
R$ 20 mil para pessoa supostamente ligada a Abel. Vedoin
mostrou outros três extratos,
mas não há a data da emissão.
Ele diz que conseguiu as cópias
com o BB, e não com Expedito.
A transação com os R$ 20 mil
ocorreu em janeiro de 2003.
Vedoin disse que requereu os
extratos antigos ao BB.
Segundo o procurador da República, Expedito entregou no
depoimento que deu à PF na
sexta-feira em Brasília cópias
de cheques das supostas transações de Abel. Isso, diz Avelar,
mostra que o ex-diretor tinha
mais dados do que os fornecidas por Vedoin à Justiça.
"Fui [a Cuiabá] para cumprir
função técnica. [Explicar] depósitos de pessoas indicadas
por Abel Pereira", justificou
Expedito em depoimento à PF.
BB
O BB informou ontem que levantamento preliminar feito
pela área de gestão de segurança da instituição mostra que
Expedito Veloso não acessou
"diretamente as contas divulgadas na imprensa".
Em depoimento à Polícia Federal na sexta-feira, Expedito
Veloso disse que, ao longo da
negociação com a família Vedoin para obter o dossiê contra
Serra, o empresário Valdebran
Padilha assumiria a responsabilidade de pagar R$ 1 milhão.
Segundo ele, em seu encontro com Darci Vedoin, Luiz Antonio Vedoin e Valdebran Padilha, disse "que tinha em sua
posse a relação dos pagamentos
feitos a Abel [Pereira] ou em
seu nome, e iria apresentá-los à
Justiça de qualquer forma, e,
fazendo isso, os Vedoin perderiam o benefício da delação
premiada; que, em vista disso, o
declarante teve a sensação de
que os Vedoin não iriam discutir mais sobre dinheiro".
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