PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

A empresa Data Micro Informática, de Governador Valadares, que recebeu recursos do Ministério da Saúde em 2002, via Planam -envolvida no esquema de compra superfaturada de ambulâncias-, é um mistério na cidade. Embora exista na lista telefônica do município o nome da empresa, no endereço funciona uma outra empresa de informática: Data Mix.
Os funcionários dessa empresa insistem em dizer que não há nenhuma relação com Data Micro. Dizem ser apenas coincidência. Um funcionário afirmou que no local já existiu Data Micro até 2005, mas não soube dizer a quem pertencia.
Na Data Mix, no entanto, o proprietário, de prenome Ricardo, segundo os funcionários, desde a semana passada está ausente da empresa.
Ele continua viajando. E, na Junta Comercial de Minas Gerais, não existe empresa registrada com o nome Data Mix, informou o órgão.
Uma empresa de nome parecido, Data Micro Informática Comercial Ltda., em Belo Horizonte, continua registrada na Junta, embora, no endereço citado, funcione uma escola infantil há quatro anos. Nos cadastros da Receita Federal e da Prefeitura de Belo Horizonte, essa empresa está bloqueada e é tida como "omissa".
O nome da Data Micro informática foi citado em reportagem da revista "IstoÉ" com os empresários Darci Vedoin e seu filho Luiz Antônio, donos da Planam. Ela teria recebido dois depósitos, sendo um de R$ 70 mil em dezembro de 2002.
Além dela, foi citada uma empresa de Ipatinga, a Império Representações Turísticas Ltda, que, segundo a Junta, fechou em dezembro de 2003, um ano após receber R$ 60 mil da Planam.
Essa empresa pode ter sido aberta em nome de "laranjas". Ao menos um sócio dela que aparece no registro da Junta, Luís Augusto Lima Silva Júnior, é, segundo o advogado Jaime Queiroz Resende "um trabalhador de carteira assinada que mora de aluguel". Seu nome teria sido usado, disse.


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