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RETA FINAL
Candidato petista considera uma "vitória da democracia" FHC ter reconhecido possibilidade de vitória da oposição
No Rio, Lula elogia declaração do presidente
GUILHERME BARROS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO
O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem à Folha que foi digna
de elogios a declaração feita na
quinta-feira pelo presidente Fernando Henrique Cardoso de que
"nós [o Brasil] vamos vencer,
vença quem vença".
Para o candidato petista, "a declaração de FHC foi uma clara demonstração de amadurecimento
da democracia no país".
Lula considerou "bastante elogiável" o fato de FHC ter sido elegante em sua fala, ao reconhecer-de forma indireta- a possibilidade de vitória da oposição.
"Foi uma vitória da democracia."
Apesar da grande vantagem nas
pesquisas o petista prefere não
cantar vitória antes do tempo.
Disse que, se vencer, irá ter muita
cautela nas suas decisões. Afirmou, por exemplo, que só deverá
falar à imprensa depois do encontro com FHC, previsto para terça.
Estratégia
Uma das estratégias do PT é tentar conter o clima de euforia em
torno da provável vitória de Lula.
O objetivo do partido é o de tentar
diminuir as expectativas em relação ao novo governo.
Lula sabe que, na Presidência,
será muito cobrado e, por isso,
tem alertado que não poderá fazer
nenhum milagre.
Ele dedicou o dia de ontem a se
preparar para o debate. Disse que
o PT se prepara há muito tempo
para governar o país.
Ao desembarcar no Rio, o candidato afirmou que "o debate [de
ontem" é uma demonstração de
que estamos alcançando uma base de democracia bem forte. Estou
tranquilo para o debate".
Ele chegou ao Hotel Glória, no
Rio, com a mulher, Marisa, e os
principais dirigentes do partido.
Entre eles, José Dirceu, presidente
do PT, Aloizio Mercadante, senador eleito, Luiz Gushiken, Antônio Palocci e Gilberto Carvalho,
entre outros.
Os dirigentes do PT ocuparam
praticamente todo o sétimo andar
do tradicional hotel carioca. Lula
só deixou a sua suíte para almoçar
no restaurante do próprio hotel,
com a mulher e assessores.
Autógrafos
Durante o almoço, o candidato
petista foi várias vezes interrompido para dar autógrafos e tirar
fotografias. Bem-humorado e demonstrando tranquilidade, Lula
fez questão de atender a todos.
Um dos que pediram autógrafo
a Lula foi o empresário Osmario
José Santa Rita, dono de uma pequena empresa de exportação e
importação, que sempre votou no
governo, mas que desta vez disse
que vota no petista. Num pequeno papel, Lula fez a dedicatória:
"Sem medo de ser feliz". À tarde,
ele se reuniu com assessores.
Segundo Mercadante, só hoje,
em São Paulo, a cúpula do PT começará a discutir os nomes de
uma equipe de transição.
Ele disse que não existe ainda
um nome definido para a área
econômica. Afirmou que recebeu
várias sugestões para os cargos de
ministro da Fazenda e de presidente do Banco Central, mas a decisão será de Lula. "Quem vai bater o martelo será o Lula."
Colaborou LILIAN CHRISTOFOLETTI, enviada especial ao Rio
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