São Paulo, sábado, 26 de outubro de 2002

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RETA FINAL

Candidato petista considera uma "vitória da democracia" FHC ter reconhecido possibilidade de vitória da oposição

No Rio, Lula elogia declaração do presidente

GUILHERME BARROS
ENVIADO ESPECIAL AO RIO

O candidato do PT à Presidência, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou ontem à Folha que foi digna de elogios a declaração feita na quinta-feira pelo presidente Fernando Henrique Cardoso de que "nós [o Brasil] vamos vencer, vença quem vença".
Para o candidato petista, "a declaração de FHC foi uma clara demonstração de amadurecimento da democracia no país".
Lula considerou "bastante elogiável" o fato de FHC ter sido elegante em sua fala, ao reconhecer-de forma indireta- a possibilidade de vitória da oposição. "Foi uma vitória da democracia."
Apesar da grande vantagem nas pesquisas o petista prefere não cantar vitória antes do tempo. Disse que, se vencer, irá ter muita cautela nas suas decisões. Afirmou, por exemplo, que só deverá falar à imprensa depois do encontro com FHC, previsto para terça.

Estratégia
Uma das estratégias do PT é tentar conter o clima de euforia em torno da provável vitória de Lula. O objetivo do partido é o de tentar diminuir as expectativas em relação ao novo governo.
Lula sabe que, na Presidência, será muito cobrado e, por isso, tem alertado que não poderá fazer nenhum milagre.
Ele dedicou o dia de ontem a se preparar para o debate. Disse que o PT se prepara há muito tempo para governar o país.
Ao desembarcar no Rio, o candidato afirmou que "o debate [de ontem" é uma demonstração de que estamos alcançando uma base de democracia bem forte. Estou tranquilo para o debate".
Ele chegou ao Hotel Glória, no Rio, com a mulher, Marisa, e os principais dirigentes do partido. Entre eles, José Dirceu, presidente do PT, Aloizio Mercadante, senador eleito, Luiz Gushiken, Antônio Palocci e Gilberto Carvalho, entre outros.
Os dirigentes do PT ocuparam praticamente todo o sétimo andar do tradicional hotel carioca. Lula só deixou a sua suíte para almoçar no restaurante do próprio hotel, com a mulher e assessores.

Autógrafos
Durante o almoço, o candidato petista foi várias vezes interrompido para dar autógrafos e tirar fotografias. Bem-humorado e demonstrando tranquilidade, Lula fez questão de atender a todos.
Um dos que pediram autógrafo a Lula foi o empresário Osmario José Santa Rita, dono de uma pequena empresa de exportação e importação, que sempre votou no governo, mas que desta vez disse que vota no petista. Num pequeno papel, Lula fez a dedicatória: "Sem medo de ser feliz". À tarde, ele se reuniu com assessores.
Segundo Mercadante, só hoje, em São Paulo, a cúpula do PT começará a discutir os nomes de uma equipe de transição.
Ele disse que não existe ainda um nome definido para a área econômica. Afirmou que recebeu várias sugestões para os cargos de ministro da Fazenda e de presidente do Banco Central, mas a decisão será de Lula. "Quem vai bater o martelo será o Lula."


Colaborou LILIAN CHRISTOFOLETTI, enviada especial ao Rio


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