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Presidente do Fed teme crise no hemisfério
MARCIO AITH
DE WASHINGTON
O presidente do Fed (Federal
Reserve) de Nova York, William McDonough, apelou a investidores que não fujam do
Brasil se o petista Luiz Inácio
Lula da Silva ganhar as eleições
amanhã. Segundo ele, uma crise no Brasil depois das eleições
poderia representar uma
"doença contagiante" para o
resto do hemisfério.
"Seria uma estupidez e uma
tolice tirar capital do país se os
brasileiros escolherem um líder que está comprometido
com a justiça social", afirmou
num seminário a investidores
hispano-americanos.
Longe de ser uma demonstração de apoio a Lula, suas declarações foram sinais de preocupação do Fed com relação ao
impacto de uma eventual crise
de pagamentos brasileira sobre
os bancos americanos e demais
mercados emergentes.
McDonough é membro do
comitê que fixa as taxas de juro
nos EUA e um dos nomes cotados para substituir o atual presidente do Fed, Alan Greenspan. Ele definiu como crucial o
comportamento dos mercados
nas duas próximas semanas e
pediu aos investidores estrangeiros que ajam como os poupadores brasileiros.
"O povo brasileiro está mostrando confiança", afirmou, referindo-se ao fato de não ter
havido uma fuga de depósitos
bancários no Brasil. "Pessoas
responsáveis em posições responsáveis deveriam adotar essa postura."
Como presidente do Fed de
Nova York, McDonough supervisiona algumas das maiores instituições financeiras no
mundo, a maioria das quais
com exposições substanciais ao
Brasil. Várias delas sofreram
perdas no último ano com os
escândalos corporativos nos
EUA e estariam numa posição
desfavorável para enfrentar
uma crise brasileira.
Em dezembro do ano passado, os bancos americanos tinham uma exposição ao Brasil
estimada em US$ 28 bilhões.
Esse valor caiu substancialmente desde então, mas o volume atual ainda seria suficiente
para deteriorar o mercado financeiro americano caso a economia brasileira entre em colapso.
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