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São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2003

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ANÁLISE

Troca de partido mostra que há dependência

DA REDAÇÃO

Para a socióloga Maria Hermínia Tavares de Almeida (USP), o magnetismo que o governador exerce sobre os prefeitos é uma medida da dependência, principalmente financeira, dos Estados.
"O prefeito muda por dois motivos: avalia que terá mais chances nas eleições se estiver no partido do governador ou calcula que, no partido do governador, aumentam suas chances de obter recursos, o que melhora suas perspectivas de reeleição. A segunda hipótese é a mais provável".
"O sistema sofre um ajuste. É muito parecido com o que acontece no Congresso", diz ela, citando o inchaço da base de Lula.
A professora argumenta que a dependência financeira não é nova, mas tem diminuído em relação à União -onde os prefeitos podem prescindir do jogo político para obter repasses importantes, como do Fundef ou do SUS. O mesmo não aconteceu na esfera estadual. "Fala-se tanto da importância do local, mas esses dados demonstram falta de autonomia."
Quanto aos eleitores, ela diz que é difícil avaliar o impacto do troca-troca, mas afirma que, em geral, a legenda é pouco influente no voto. Com base na pesquisa "Democracia e governo local", que ela coordena com o sociólogo Leandro Piquet Carneiro, é possível prever eleições disputadas em 2004. Segundo o estudo, municípios caminham do "bipartidarismo" para um panorama de disputa efetiva entre várias legendas.


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