São Paulo, quarta-feira, 26 de outubro de 2005

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IGREJA

"Decepcionada" com a crise, CNBB pede punições

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), d. Geraldo Majella, 71, disse que a entidade está "muito decepcionada" com o resultado das apurações das denúncias de corrupção envolvendo o Congresso.
"É claro que estamos muito decepcionados. Afinal, desde junho não se fala em outra coisa no Brasil e parece que não vai dar em nada, a não ser algumas renúncias e poucas cassações", disse ele, que participou ontem da 43ª Assembléia Regional dos Bispos de Bahia e Sergipe. Para o religioso, a frustração dos brasileiros com o desenrolar das investigações é um desgaste para a imagem do governo e de Luiz Inácio Lula da Silva.
"O desgaste é muito grande porque a população quer ver punição para os culpados, mas não é isso que está acontecendo. O que estamos vendo são protelações, evasivas, mentiras, pessoas colocando os seus interesses acima de tudo. É preciso levar todas as denúncias até as últimas conseqüências."
A crise começou há cerca de cinco meses, quando o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) falou à Folha sobre a existência do esquema do "mensalão".
Sem citar nomes, o presidente da CNBB criticou as manobras utilizadas por deputados que estão lutando para preservar seus mandatos. "É claro que todos têm direito à defesa, mas as protelações são excessivas. É preciso que os culpados sejam punidos."
D. Geraldo voltou a criticar o projeto de transposição do rio São Francisco. "Por que tanta pressa, por que o governo insiste tanto com esse projeto?" Para ele, o projeto "não atende aos interesses nacionais, mas sim aos interesses internacionais". (LUIZ FRANCISCO)


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