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IGREJA
"Decepcionada" com a crise, CNBB pede punições
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
O presidente da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil), d. Geraldo Majella, 71, disse que a entidade está "muito decepcionada" com o resultado das
apurações das denúncias de corrupção envolvendo o Congresso.
"É claro que estamos muito decepcionados. Afinal, desde junho
não se fala em outra coisa no Brasil e parece que não vai dar em nada, a não ser algumas renúncias e
poucas cassações", disse ele, que
participou ontem da 43ª Assembléia Regional dos Bispos de Bahia e Sergipe. Para o religioso, a
frustração dos brasileiros com o
desenrolar das investigações é um
desgaste para a imagem do governo e de Luiz Inácio Lula da Silva.
"O desgaste é muito grande porque a população quer ver punição
para os culpados, mas não é isso
que está acontecendo. O que estamos vendo são protelações, evasivas, mentiras, pessoas colocando
os seus interesses acima de tudo.
É preciso levar todas as denúncias
até as últimas conseqüências."
A crise começou há cerca de
cinco meses, quando o então deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) falou à Folha sobre a existência do esquema do "mensalão".
Sem citar nomes, o presidente
da CNBB criticou as manobras
utilizadas por deputados que estão lutando para preservar seus
mandatos. "É claro que todos têm
direito à defesa, mas as protelações são excessivas. É preciso que
os culpados sejam punidos."
D. Geraldo voltou a criticar o
projeto de transposição do rio São
Francisco. "Por que tanta pressa,
por que o governo insiste tanto
com esse projeto?" Para ele, o projeto "não atende aos interesses
nacionais, mas sim aos interesses
internacionais".
(LUIZ FRANCISCO)
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