DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA ENVIADA A BELO HORIZONTE

Militante comunista no regime militar e empresário bem-sucedido até o final dos anos 90, Marcio Lacerda (PSB), 62, chegou cru à sua primeira disputa eleitoral. Apoiado por PT e PSDB, foi na campanha em BH que fez uma espécie de "intensivão" em política partidária.
É do prefeito petista Fernando Pimentel -padrinho político de Lacerda ao lado do governador tucano Aécio Neves- a expressão "curso intensivo". Foram, segundo Pimentel, quatro meses de intenso aprendizado, de julho a outubro. Agora, o socialista tem chance real de comandar uma das mais importantes capitais do país.
Lacerda disse à Folha que sempre foi político, mas, quando questionado se ganhou mais traquejo nos últimos meses, disse: "É, eu melhorei". Durante a campanha, seu adversário, Leonardo Quintão (PMDB), o questionou muito sobre a falta de experiência política.
Lacerda entrou no PSB pelas mãos de Aécio, em setembro do ano passado, no limite do prazo de filiação partidária determinado pela Justiça Eleitoral para a disputa atual. Governador e prefeito procuravam uma pessoa que fosse de fora do PT e do PSDB. Pesou o fato de Lacerda ter sido companheiro de presídio de Pimentel e secretário de Desenvolvimento Econômico do governo Aécio.
Dono de um patrimônio declarado de R$ 55,5 milhões, Lacerda adquiriu vivência político-partidária convivendo com tucanos e petistas. A expectativa de muitos agora é saber se, caso eleito, penderá mais para o lado petista de Pimentel ou o lado tucano de Aécio. (PP e FO)


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