São Paulo, domingo, 26 de outubro de 2008

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Blairo perde força caso tucano se reeleja

Prefeito de Cuiabá, Wilson Santos, pode se tornar nome forte na disputa pelo governo do Mato Grosso

RODRIGO VARGAS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CUIABÁ

Depois de o candidato do PR sair derrotado em Rondonópolis -onde está a sede do grupo Amaggi-, o governador de Mato Grosso, Blairo Maggi (PR), terá, a partir de hoje, um quadro mais nítido do que será sua sucessão em 2010.
Após perder um de seus principais redutos, uma eventual reeleição do prefeito Wilson Santos (PSDB) em Cuiabá tornará o tucano um nome forte para a disputa ao governo daqui a dois anos, além de reduzir a influência do grupo político de Blairo em duas das principais cidades do Estado.
Já com a vitória do novato Mauro Mendes (PR), empresário no qual o governador disse "apostar todas as fichas", o caminho para um sucessor do mesmo time ficaria bem menos acidentado.
Santos negou que pretenda abdicar de metade de um eventual segundo mandato para se candidatar em 2010.
Já Mendes usou a possibilidade como uma arma de campanha, fazendo ataques diretos à figura do candidato a vice e possível prefeito, o petebista Francisco Galindo.
O professor da Universidade de Cuiabá e analista político João Edisom de Souza avalia que a eleição do tucano Santos é fundamental para o PSDB, depois da lacuna deixada pela morte do ex-governador Dante de Oliveira.
"No primeiro turno, o PSDB também perdeu prefeituras importantes. Cuiabá é como um último reduto. A sobrevivência do partido como uma força relevante para 2010 depende disso", disse.
Vitorioso contra o grupo do governador, o prefeito eleito de Rondonópolis, José Carlos do Pátio (PMDB), foi um dos primeiros a declarar apoio ao tucano no segundo turno - contrariando a decisão do próprio partido, que seguiu Mendes.
"Enfrentei e venci o poder econômico e político", afirmou o peemedebista Pátio.

Volta ao Senado
Mais do que um sucessor, Blairo também mira, nesta eleição, o próprio futuro político. Nos bastidores, ele já articula as composições para uma candidatura ao Senado -cargo que ocupou na década de 1990, na condição de suplente do senador Jonas Pinheiro (DEM). O democrata, que morreu neste ano, era considerado o padrinho político de Blairo.


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