DA AGÊNCIA FOLHA, EM FORTALEZA

Nem mesmo à frente dos escudos da Tropa de Choque da Polícia Militar do Ceará, a aposentada Maria de Lurdes Negreiro de Paula, 76, parava de gritar "abaixo a repressão". Com o rosto pintado e um chapéu de palha, tia Lurdes, como é conhecida, partiu na direção dos policiais, na expectativa de que o presidente Lula visse sua manifestação contra o governo.
Tia Lurdes conta que participa de manifestações "desde a Anistia": "Antes disso eu não podia, porque meu marido era muito conservador. Desde que ele morreu, estou em todas", disse.
Ela integra o grupo Crítica Radical, comandado pela ex-prefeita de Fortaleza Maria Luiza Fontenele -a primeira petista eleita para chefiar uma capital no país, em 1985. Depois de expulsa do PT, Fontenele formou esse grupo, que defende "a morte da política e da democracia" e o "colapso do capitalismo".
O Crítica Radical é velho conhecido da PM cearense, que chegou com a Tropa de Choque para barrar a entrada do grupo na sede do BNB (Banco do Nordeste do Brasil), onde Lula esteve pela manhã. O grupo foi o responsável por uma "tortada" no rosto do então ministro Ricardo Berzoini (hoje deputado federal e presidente do PT), em fevereiro do ano passado.
Lula entrou na sede do banco por outro local e não chegou nem perto dos protestos.


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