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Paulo Bernardo diz que resta pouco tempo para diminuir o superávit
SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro do Planejamento,
Paulo Bernardo, disse, ontem,
que o governo trabalha para tentar aproximar o esforço fiscal deste ano da meta de 4,25% do PIB
(Produto Interno Bruto), mas admitiu que o valor pode ser maior.
"Aí estão incluídos também os
Estados e os municípios, que vão
dar mais", justificou, referindo-se
à contribuição dos governo regionais para o resultado de 2005.
No governo federal, disse Bernardo, a intenção é cumprir os
2,38% do PIB previstos. No entanto, o valor acumulado até outubro está bem acima: 3,67% do
PIB. Para diminuir esse percentual, é preciso acelerar os gastos,
como tem defendido a ministra
da Casa Civil, Dilma Rousseff.
O problema é que resta pouco
tempo para isso até o final do ano.
Bernardo reconhece, mas tenta
minimizar essa dificuldade que
tem sido motivo de fortes atritos
da Casa Civil com a área econômica: "Dilminha e eu fizemos reuniões com todos os ministros para discutir ponto a ponto, passamos um pente fino e tiramos as
realizações prioritárias no curto
prazo", disse, lembrando a sabatina feita com ministros para discutir o andamento dos projetos.
"Vimos onde é preciso reforço e
remanejamento de verba. O importante é que poderemos, em janeiro e fevereiro, continuar executando as obras porque vamos
empenhar todos os recursos ainda neste ano", argumentou.
Como o dinheiro empenhado
não significa um gasto efetivo naquele momento, ele não tem impacto no superávit primário (economia utilizada para pagar juros
que incidem sobre a dívida pública). Assim, será difícil para o governo reduzir a economia obtida
até agora. O superávit gerado por
todo o setor público de janeiro a
setembro é de 6,1% do PIB, bem
superior à meta de 4,25% do PIB.
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