São Paulo, sábado, 26 de novembro de 2005

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Paulo Bernardo diz que resta pouco tempo para diminuir o superávit

SHEILA D'AMORIM
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro do Planejamento, Paulo Bernardo, disse, ontem, que o governo trabalha para tentar aproximar o esforço fiscal deste ano da meta de 4,25% do PIB (Produto Interno Bruto), mas admitiu que o valor pode ser maior.
"Aí estão incluídos também os Estados e os municípios, que vão dar mais", justificou, referindo-se à contribuição dos governo regionais para o resultado de 2005.
No governo federal, disse Bernardo, a intenção é cumprir os 2,38% do PIB previstos. No entanto, o valor acumulado até outubro está bem acima: 3,67% do PIB. Para diminuir esse percentual, é preciso acelerar os gastos, como tem defendido a ministra da Casa Civil, Dilma Rousseff.
O problema é que resta pouco tempo para isso até o final do ano. Bernardo reconhece, mas tenta minimizar essa dificuldade que tem sido motivo de fortes atritos da Casa Civil com a área econômica: "Dilminha e eu fizemos reuniões com todos os ministros para discutir ponto a ponto, passamos um pente fino e tiramos as realizações prioritárias no curto prazo", disse, lembrando a sabatina feita com ministros para discutir o andamento dos projetos.
"Vimos onde é preciso reforço e remanejamento de verba. O importante é que poderemos, em janeiro e fevereiro, continuar executando as obras porque vamos empenhar todos os recursos ainda neste ano", argumentou.
Como o dinheiro empenhado não significa um gasto efetivo naquele momento, ele não tem impacto no superávit primário (economia utilizada para pagar juros que incidem sobre a dívida pública). Assim, será difícil para o governo reduzir a economia obtida até agora. O superávit gerado por todo o setor público de janeiro a setembro é de 6,1% do PIB, bem superior à meta de 4,25% do PIB.


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