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Jobim descarta crise e vê "síndrome conspiratória"
RICARDO MELO
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim,
qualificou de "síndrome de conspiração" o temor de que acabe em
crise institucional o conflito entre
o Congresso e o Judiciário em torno do processo de cassação do deputado José Dirceu (PT-SP).
Jobim considera que o Judiciário apenas cumpre o seu papel:
"Qualquer um que sinta que seus
direitos foram feridos tem direito
de recorrer ao Supremo".
Para o presidente da mais alta
corte do país, não há problema algum em a Câmara e o Supremo
marcarem para o dia 30 a votação
sobre o destino de Dirceu. Ele disse que se a Câmara decidir pela
cassação, e o Supremo acatar o
pedido de liminar, a cassação perde o efeito. "Só haveria crise institucional se algum dos poderes
abusasse de suas funções, o que
não é o caso", afirmou.
Já ao falar das especulações em
torno de sua candidatura à Presidência da República, Jobim foi
muito menos enfático. Se é bem
verdade que negou ser candidato
desde já, diante da pergunta se
continuará no mesmo posto no
ano que vem saiu-se com o clássico "o futuro a Deus pertence", sinalizando que não afasta a possibilidade de subir no palanque em
2006. Jobim esteve ontem em São
Paulo para uma palestra em uma
universidade sobre a estrutura do
Poder Legislativo, o que parece
até uma ironia diante do momento. "O tema já estava acertado há
bastante tempo", ressaltou.
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