São Paulo, sábado, 26 de novembro de 2005

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Jobim descarta crise e vê "síndrome conspiratória"

RICARDO MELO
DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente do Supremo Tribunal Federal, Nelson Jobim, qualificou de "síndrome de conspiração" o temor de que acabe em crise institucional o conflito entre o Congresso e o Judiciário em torno do processo de cassação do deputado José Dirceu (PT-SP).
Jobim considera que o Judiciário apenas cumpre o seu papel: "Qualquer um que sinta que seus direitos foram feridos tem direito de recorrer ao Supremo".
Para o presidente da mais alta corte do país, não há problema algum em a Câmara e o Supremo marcarem para o dia 30 a votação sobre o destino de Dirceu. Ele disse que se a Câmara decidir pela cassação, e o Supremo acatar o pedido de liminar, a cassação perde o efeito. "Só haveria crise institucional se algum dos poderes abusasse de suas funções, o que não é o caso", afirmou.
Já ao falar das especulações em torno de sua candidatura à Presidência da República, Jobim foi muito menos enfático. Se é bem verdade que negou ser candidato desde já, diante da pergunta se continuará no mesmo posto no ano que vem saiu-se com o clássico "o futuro a Deus pertence", sinalizando que não afasta a possibilidade de subir no palanque em 2006. Jobim esteve ontem em São Paulo para uma palestra em uma universidade sobre a estrutura do Poder Legislativo, o que parece até uma ironia diante do momento. "O tema já estava acertado há bastante tempo", ressaltou.


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