São Paulo, segunda-feira, 26 de novembro de 2007

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Base reage à indicação de petista como líder

ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A indicação de um petista para a liderança do governo na Câmara provocou nova rebelião na base de apoio do governo na Casa, que se considerou alijada da discussão. Líderes do PP, PTB e PR disseram que vão tratar o deputado Henrique Fontana (RS) como interino e que o governo terá que dar explicações sobre o motivo que levou o PT a ficar com a vaga.
Fontana assumiu a liderança na vaga de José Múcio Monteiro (PTB-PE), que substituiu Walfrido dos Mares Guia no Ministério das Relações Institucionais. Walfrido deixou quinta-feira o governo após ser denunciado no escândalo do valerioduto mineiro.
PMDB e PSB aprovaram o nome de Fontana, mas admitiram que por ser petista ele pode ter problemas nas negociações com a oposição. No PT, apoiadores do presidente do partido, deputado Ricardo Berzoini, é que não gostaram, já que Fontana defende a candidatura de José Eduardo Cardozo (SP) para o comando da sigla.
Os líderes do PP, PR e PTB disseram que foram surpreendidos com a agilidade do Planalto em substituir José Múcio.
"Essa vaga é da base, não é do PT e tem que ser discutida na base. Deveriam chamar os líderes e ouvir sugestões de nomes para indicar ao presidente", disse o líder do PR, deputado Luciano Castro (RR). "Como o cara vai liderar aquilo que não está acordado."
O líder do PTB na Câmara, Jovair Arantes (GO) disse que o governo terá que contemplar o seu partido se quiser ficar com a liderança. "O caminho não é simplesmente tirar a vaga do PTB e pronto. A bancada vai cobrar isso. Evidentemente, se não temos um deputado com o perfil para ser o líder, precisamos discutir o que vai ser dado em troca", disse.
O petebista afirmou que o Planalto "precisa saber dosar os espaços dos parceiros" e que vai "tratar Henrique Fontana como interino".
Para o líder do PP, Mário Negromonte (BA), a preocupação é com a ampliação dos espaços do PT. "Não se pode dar muito poder ao PT. Se é governo de coalizão, tem que haver a divisão de forças." Ele disse que a iniciativa causará muita discussão na base. O líder do PSB, Márcio França (SP), considerou perda de tempo reclamar agora. "É igual reclamar de pênalti já marcado."


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