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Base reage à indicação de petista como líder
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A indicação de um petista para a liderança do governo na
Câmara provocou nova rebelião na base de apoio do governo na Casa, que se considerou
alijada da discussão. Líderes do
PP, PTB e PR disseram que vão
tratar o deputado Henrique
Fontana (RS) como interino e
que o governo terá que dar explicações sobre o motivo que
levou o PT a ficar com a vaga.
Fontana assumiu a liderança
na vaga de José Múcio Monteiro (PTB-PE), que substituiu
Walfrido dos Mares Guia no
Ministério das Relações Institucionais. Walfrido deixou
quinta-feira o governo após ser
denunciado no escândalo do
valerioduto mineiro.
PMDB e PSB aprovaram o
nome de Fontana, mas admitiram que por ser petista ele pode
ter problemas nas negociações
com a oposição. No PT, apoiadores do presidente do partido,
deputado Ricardo Berzoini, é
que não gostaram, já que Fontana defende a candidatura de
José Eduardo Cardozo (SP) para o comando da sigla.
Os líderes do PP, PR e PTB
disseram que foram surpreendidos com a agilidade do Planalto em substituir José Múcio.
"Essa vaga é da base, não é do
PT e tem que ser discutida na
base. Deveriam chamar os líderes e ouvir sugestões de nomes
para indicar ao presidente",
disse o líder do PR, deputado
Luciano Castro (RR). "Como o
cara vai liderar aquilo que não
está acordado."
O líder do PTB na Câmara,
Jovair Arantes (GO) disse que o
governo terá que contemplar o
seu partido se quiser ficar com
a liderança. "O caminho não é
simplesmente tirar a vaga do
PTB e pronto. A bancada vai cobrar isso. Evidentemente, se
não temos um deputado com o
perfil para ser o líder, precisamos discutir o que vai ser dado
em troca", disse.
O petebista afirmou que o
Planalto "precisa saber dosar
os espaços dos parceiros" e que
vai "tratar Henrique Fontana
como interino".
Para o líder do PP, Mário Negromonte (BA), a preocupação
é com a ampliação dos espaços
do PT. "Não se pode dar muito
poder ao PT. Se é governo de
coalizão, tem que haver a divisão de forças." Ele disse que a
iniciativa causará muita discussão na base. O líder do PSB,
Márcio França (SP), considerou perda de tempo reclamar
agora. "É igual reclamar de pênalti já marcado."
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