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PMDB negociará cargos, diz ministro
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro da Previdência,
Amir Lando, disse ontem que o
seu partido, o PMDB, comandará
as negociações para substituição
de cargos no ministério. Segundo
ele, não há previsão de demissões
na equipe deixada por seu antecessor, Ricardo Berzoini.
"Eu sou uma instância partidária. O partido é que negocia e o
partido vai definir o momento
oportuno", afirmou Lando depois de uma reunião com Berzoini para discutir a transição. Ele assume o cargo hoje às 17h30.
Os cargos mais cobiçados no
ministério são a presidência do
INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e a SPC (Secretaria de
Previdência Complementar). A
Secretaria Executiva do ministério, a Secretaria de Previdência
Social e as superintendências do
INSS também são visadas.
O atual presidente do INSS, Taiti Inenami, foi indicado pelo deputado federal Arlindo Chinaglia
(PT-SP). A Secretaria de Previdência Complementar hoje está
nas mãos do advogado Adacir
Reis, que é ligado ao ministro Luiz
Gushiken (Comunicação de Governo). Para substituir Reis, o
PMDB precisará enfrentar a resistência dos fundos de pensão. O
atual secretário tem bom trânsito
tanto entre os dirigentes das entidades quanto entre as instituições
que reúnem participantes.
Na semana passada, sindicalistas e dirigentes de fundos chegaram a se manifestar contra uma
eventual substituição de Reis.
Já a Secretaria Executiva do ministério está vaga desde o início
do mês. O secretário-executivo da
pasta, Álvaro Sólon, pediu a Berzoini para se afastar do cargo.
Na Secretaria de Previdência
Social, hoje está o economista
Helmut Schwarzer, um técnico.
As superintendências do INSS devem despertar especialmente o
apetite dos peemedebistas por envolver questões regionais.
Reclamações
A reforma ministerial causou
insatisfação na cúpula do PMDB,
que não se sentiu atendida pela
escolha do senador Amir Lando.
O presidente do Senado, José
Sarney (AP), e o líder da bancada,
Renan Calheiros (AL), tinham
outros candidatos, mas foram
atropelados pelo ministro Luiz
Gushiken (Comunicação de Governo), que articulou um nome
não identificado com os grupos
que controlam o partido.
Lando e Gushiken estreitaram
relações na época da CPI que levou ao afastamento do presidente
Fernando Collor -que renunciou em 29 de dezembro de 1992.
A tarefa de Gushiken foi facilitada
porque os senadores do PMDB
não se entenderam sobre a indicação de um nome para o cargo.
Colaborou RAYMUNDO COSTA, da Sucursal de Brasília
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