São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2004

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PMDB negociará cargos, diz ministro

JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ministro da Previdência, Amir Lando, disse ontem que o seu partido, o PMDB, comandará as negociações para substituição de cargos no ministério. Segundo ele, não há previsão de demissões na equipe deixada por seu antecessor, Ricardo Berzoini.
"Eu sou uma instância partidária. O partido é que negocia e o partido vai definir o momento oportuno", afirmou Lando depois de uma reunião com Berzoini para discutir a transição. Ele assume o cargo hoje às 17h30.
Os cargos mais cobiçados no ministério são a presidência do INSS (Instituto Nacional do Seguro Social) e a SPC (Secretaria de Previdência Complementar). A Secretaria Executiva do ministério, a Secretaria de Previdência Social e as superintendências do INSS também são visadas.
O atual presidente do INSS, Taiti Inenami, foi indicado pelo deputado federal Arlindo Chinaglia (PT-SP). A Secretaria de Previdência Complementar hoje está nas mãos do advogado Adacir Reis, que é ligado ao ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo). Para substituir Reis, o PMDB precisará enfrentar a resistência dos fundos de pensão. O atual secretário tem bom trânsito tanto entre os dirigentes das entidades quanto entre as instituições que reúnem participantes.
Na semana passada, sindicalistas e dirigentes de fundos chegaram a se manifestar contra uma eventual substituição de Reis.
Já a Secretaria Executiva do ministério está vaga desde o início do mês. O secretário-executivo da pasta, Álvaro Sólon, pediu a Berzoini para se afastar do cargo.
Na Secretaria de Previdência Social, hoje está o economista Helmut Schwarzer, um técnico. As superintendências do INSS devem despertar especialmente o apetite dos peemedebistas por envolver questões regionais.

Reclamações
A reforma ministerial causou insatisfação na cúpula do PMDB, que não se sentiu atendida pela escolha do senador Amir Lando.
O presidente do Senado, José Sarney (AP), e o líder da bancada, Renan Calheiros (AL), tinham outros candidatos, mas foram atropelados pelo ministro Luiz Gushiken (Comunicação de Governo), que articulou um nome não identificado com os grupos que controlam o partido.
Lando e Gushiken estreitaram relações na época da CPI que levou ao afastamento do presidente Fernando Collor -que renunciou em 29 de dezembro de 1992. A tarefa de Gushiken foi facilitada porque os senadores do PMDB não se entenderam sobre a indicação de um nome para o cargo.


Colaborou RAYMUNDO COSTA, da Sucursal de Brasília


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