São Paulo, terça-feira, 27 de janeiro de 2004

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

QUESTÃO AGRÁRIA

Confronto entre sem-terra e brigada militar ocorreu em agência no RS

MST invade banco; 23 são feridos

DA AGÊNCIA FOLHA

Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) entraram em confronto ontem pela manhã com a Brigada Militar gaúcha em Santana do Livramento (RS), durante a invasão de uma agência do Banco do Brasil. Três policiais e 20 sem-terra ficaram feridos.
Em Viamão, região metropolitana de Porto Alegre, e em Arroio Grande também houve protestos, mas sem incidentes.
De acordo com o coronel Lauro Binsfeld, do Comando Regional da Fronteira Oeste, os manifestantes forçaram a porta de entrada da agência do BB de Santana do Livramento, quebraram os vidros e acabaram entrando em choque com os policias.
Leandro Ferreira, líder local do MST, afirmou que a ação da polícia foi "brutal, covarde e exagerada". Sete das cem pessoas que estavam no protesto foram presas.
Em Viamão, não houve estimativa do número de invasores. O ato terminou de forma pacífica. Em Arroio Grande houve apenas protesto em frente à sede do BB.
De acordo com João Cardoso, da coordenação estadual do MST, as invasões eram um protesto contra os prazos de pagamento de dívidas de financiamento e contra um suposto atraso na liberação de novos créditos.
"Os prazos de pagamento do Pronaf [Programa Nacional de Agricultura Familiar] estão fora da realidade dos assentados. Há uma safra de arroz e outra de feijão por ano, não há como os pagamentos serem mensais", disse Cardoso, que afirmou também que projetos de financiamentos encaminhados ao BB, em agosto do ano passado, ainda não foram liberados.
O superintendente regional do BB no Rio Grande do Sul, Valmir Pedro Rossi, negou que esteja havendo atrasos na liberação de recursos. "As liberações estão acontecendo normalmente. Não há problema nenhum", disse Rossi.

Bloqueio
Cerca de 30 famílias ligadas ao MST voltaram a invadir as margens da rodovia BR-277, na saída de Foz do Iguaçu (639 km de Curitiba). No final de 2003, as famílias já haviam bloqueado a rodovia no local. Elas haviam recebido a promessa de serem assentadas no oeste do Paraná. Segundo lideranças das famílias, as terras não foram entregues.
A concessionária Rodovia das Cataratas, responsável pelo trecho, informou que iria pedir à Justiça a reintegração da área.


Texto Anterior: PMDB negociará cargos, diz ministro
Próximo Texto: Questão indígena: Justiça liberta índio, e estrada é desbloqueada
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.