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QUESTÃO AGRÁRIA
Confronto entre sem-terra e brigada militar ocorreu em agência no RS
MST invade banco; 23 são feridos
DA AGÊNCIA FOLHA
Integrantes do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais
Sem Terra) entraram em confronto ontem pela manhã com a
Brigada Militar gaúcha em Santana do Livramento (RS), durante a
invasão de uma agência do Banco
do Brasil. Três policiais e 20 sem-terra ficaram feridos.
Em Viamão, região metropolitana de Porto Alegre, e em Arroio
Grande também houve protestos,
mas sem incidentes.
De acordo com o coronel Lauro
Binsfeld, do Comando Regional
da Fronteira Oeste, os manifestantes forçaram a porta de entrada da agência do BB de Santana
do Livramento, quebraram os vidros e acabaram entrando em
choque com os policias.
Leandro Ferreira, líder local do
MST, afirmou que a ação da polícia foi "brutal, covarde e exagerada". Sete das cem pessoas que estavam no protesto foram presas.
Em Viamão, não houve estimativa do número de invasores. O
ato terminou de forma pacífica.
Em Arroio Grande houve apenas
protesto em frente à sede do BB.
De acordo com João Cardoso,
da coordenação estadual do MST,
as invasões eram um protesto
contra os prazos de pagamento de
dívidas de financiamento e contra
um suposto atraso na liberação de
novos créditos.
"Os prazos de pagamento do
Pronaf [Programa Nacional de
Agricultura Familiar] estão fora
da realidade dos assentados. Há
uma safra de arroz e outra de feijão por ano, não há como os pagamentos serem mensais", disse
Cardoso, que afirmou também
que projetos de financiamentos
encaminhados ao BB, em agosto
do ano passado, ainda não foram
liberados.
O superintendente regional do
BB no Rio Grande do Sul, Valmir
Pedro Rossi, negou que esteja havendo atrasos na liberação de recursos. "As liberações estão acontecendo normalmente. Não há
problema nenhum", disse Rossi.
Bloqueio
Cerca de 30 famílias ligadas ao
MST voltaram a invadir as margens da rodovia BR-277, na saída
de Foz do Iguaçu (639 km de Curitiba). No final de 2003, as famílias já haviam bloqueado a rodovia no local. Elas haviam recebido
a promessa de serem assentadas
no oeste do Paraná. Segundo lideranças das famílias, as terras não
foram entregues.
A concessionária Rodovia das
Cataratas, responsável pelo trecho, informou que iria pedir à
Justiça a reintegração da área.
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