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Serra elogia o presidente e diz que espera "parceria com o governo"
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Apenas horas depois de criticar,
em reunião do PSDB, a política de
juros praticada pelo governo, o
prefeito de São Paulo, José Serra,
elogiou, publicamente, o programa federal de concessão de bolsas
no ensino superior, o Universidade Para Todos (Prouni). Ao lado
do presidente Luiz Inácio Lula da
Silva -com quem conversou durante boa parte da cerimônia-
Serra não poupou afagos.
"Não quis deixar de estar presente hoje, na primeira visita oficial do presidente da República a
São Paulo depois da minha posse
na prefeitura, para oferecer-lhe
boas-vindas. Ao senhor presidente, ao senhor ministro da Educação, à sua equipe, aqui em São
Paulo, onde esperamos desenvolver um trabalho de cooperação,
de parceria com o governo."
Em retribuição, Lula se referiu a
Serra como "caro companheiro"
na solenidade de entrega de certificados a estudantes de São Paulo
contemplados com as bolsas. O
presidente ainda citou "o prefeito
Serra" em seu discurso e lembrou
que o tucano já foi "líder estudantil, presidente da UNE".
Antes, Serra esperou pelo presidente na entrada do Centro de Exposições Imigrantes. De lá, foram
para uma sala onde Lula bebeu
água. Segundo políticos presentes, cada um ficou num canto.
Falando de seu exemplo pessoal
no seu breve discurso, Serra disse
que valoriza o financiamento do
ensino superior. E, concordando
com o que Lula dissera minutos
antes no café, Serra contestou os
que comparam os custos da educação superior com os do ensino
fundamental para criticar projetos como o Prouni.
"O país tem que formar alunos
de ensino superior. Nesse sentido
quero me congratular com os alunos e com o governo por abrir essa possibilidade de financiamento
para estudantes."
Levemente vaiado no início do
discurso, Serra ouviu do presidente e do ministro da Educação,
Tarso Genro, críticas sutis ao
mandato de FHC.
Para Lula, "o Prouni rompe um
ciclo perverso em que pais e mães
de família sem estudo superior
ocupam sempre os piores postos
de trabalho e recebem sempre os
menores salários".
Segundo Tarso, "houve na história recente do Brasil, nos últimos dez anos, uma proliferação
do ensino privado". E isso provocou "boas, médias e más escolas",
"muito menos por responsabilidade de mantenedores, muito
mais de uma ausência de uma regulamentação" do Estado.
Lula e Tarso também aproveitaram para responder aos que criticam a política social do governo,
em destaque com o início do Fórum Social Mundial. "Muitas vezes as pessoas perguntam por que
não aconteceu antes. Antes, a gente não tinha a idéia maturada, a
idéia planejada e agora temos."
Tarso Genro lamentou que
muitos programas inéditos não
tenham divulgação. E prometeu
que "o governo não pára no Prouni. O Prouni é um ponto de partida imediato". "É um programa
que orgulha seu governo e que orgulha a todo cidadão sério, de
boa-fé, democrata e republicano
no nosso país." Ele também reagiu aos que chamam de populista
a política de cotas. "É republicana,
inclusiva, democrática."
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