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AJUSTE FISCAL
Políticos de PFL e PMDB criticam ação de ministro Pimenta da Veiga em projeto de geração de emprego
Pacto contra a inflação sofre resistências
LUCIO VAZ
DENISE CHRISPIM MARIN
da Sucursal de Brasília
Empresários e
políticos do PFL
e do PMDB manifestaram ontem descontentamento com as
propostas do
governo de lançar um pacto contra a inflação e
um programa de geração de empregos.
Reunidos na CNI (Confederação
Nacional da Indústria), empresários não gostaram do que ouviram
do ministro do Desenvolvimento,
da Indústria e do Comércio, Celso
Lafer.
O ministro tentou obter o apoio
da CNI a um pacto para a manutenção da estabilidade de preços.
Mas não garantiu nenhuma contrapartida de curto prazo aos representantes das 27 federações industriais presentes no encontro, o
que desagradou os empresários,
segundo apurou a Folha.
No Congresso, os líderes do PFL
e do PMDB reagiram com ceticismo ao megaprojeto de geração de
empregos anunciado pelo ministro Pimenta da Veiga (Comunicações). "Tenho medo de frustrar expectativas. Seria pior", afirmou o
líder do PFL na Câmara, Inocêncio
Oliveira (PE).
"Não vamos sair da crise com
marolas, com fantasia, com pirotecnia, mas sim com seriedade e
transparência", disse o líder do
PMDB, Geddel Vieira Lima (BA).
Pimenta anunciou que o governo
vai emprestar recursos de bancos
oficiais (BNDES, CEF e Banco do
Brasil) a empresas privadas para
compensar efeitos recessivos da
política econômica.
Também anunciou para amanhã
a primeira reunião de duas comissões ministeriais que serão encarregadas da produção e da geração
de empregos.
PFL e PMDB avaliam que Pimenta tentou capitalizar um projeto estratégico que é de todo o governo e
já está sendo encaminhado pelos
ministros. Seria uma forma de o
ministro se impor como coordenador político do governo.
"Não é hora de partidarizar nada. A ação é de todos os aliados",
disse Inocêncio.
No encontro na CNI, Lafer limitou-se a dizer que a redução de juros, uma das principais reivindicações dos empresários, deverá
ocorrer em um "prazo não muito
longo". Também afirmou que o esforço do governo para o equilíbrio
fiscal inviabiliza qualquer alívio na
tributação do setor produtivo.
"O tema do equilíbrio das contas
do governo é chave. Portanto, não
estamos vivendo um momento em
que as facilidades nesta área (da redução da carga tributária das empresas) sejam um caminho fácil
para o governo", afirmou Lafer.
A resposta do ministro praticamente anulou um conjunto de reivindicações dos industriais reunidas no documento "Ações de Curto Prazo para a Competitividade",
que foi entregue ao ministro pelo
presidente da CNI, senador Fernando Bezerra (PMDB-RN).
No documento, o setor pede
mais prazo para recolhimento do
IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), isenção do IPI na
aquisição de bens de capital, eliminação da alíquota de 0,38% de IOF
(Imposto sobre Operações Financeira) sobre operações de crédito
para as exportações e cuidado do
governo ao avaliar a possibilidade
de reduzir as tarifas de importação
para assegurar a manutenção de
preços e discussão prévia com o
empresariado.
A reunião de Lafer com os empresários foi marcada por duas ausências: a dos presidentes da Fiesp
(Federação das Indústrias do Estado de São Paulo), Horácio Lafer Piva, e da Firjan (Federação das Indústrias dos Estado do Rio de Janeiro), Eduardo Eugênio Gouvêa
Vieira.
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