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São Paulo, quinta-feira, 27 de fevereiro de 2003

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Advogada diz que sobrinho ajudava ACM

DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Sobrinho do senador Antonio Carlos Magalhães (PFL), o deputado federal Paulo Magalhães (PFL) ajudou o ex-presidente do Congresso a perseguir o advogado Plácido Farias, 40, de acordo com o depoimento da também advogada Adriana Barreto, 30, à Polícia Federal.
Antes do depoimento de Adriana Barreto, ex-namorada de ACM, o nome do parlamentar também foi envolvido nas supostas irregularidades que resultaram no monitoramento ilegal de adversários políticos do senador no Estado.
A juíza de Itapetinga (581 km de Salvador), Tereza Cristina Navarro Ribeiro, também citou o nome do parlamentar ao prestar depoimento na Polícia Federal, alegando que Magalhães agiu nos bastidores para tentar evitar o início das investigações do caso dos grampos.
O delegado federal Gesival Gomes de Souza, 38, responsável pelo inquérito sobre o caso, disse que o deputado Paulo Magalhães deverá ser ouvido pela PF e pelo Ministério Público logo depois do Carnaval.
A Agência Folha entrou em contato ontem com o escritório político do deputado Paulo Magalhães no Estado.
Segundo informaram os seus assessores, o parlamentar não quer falar mais nada sobre os grampos telefônicos. Em outra oportunidade, o deputado já negou participação no caso.

Hospedagem
De acordo com Adriana Barreto, o deputado pefelista teria telefonado para um spa -local onde conheceu seu atual namorado, Plácido Farias- pedindo que o estabelecimento não hospedasse o casal.
Ainda em seu depoimento à Polícia Federal, Adriana Barreto responsabilizou o senador ACM pelos grampos.
"Nenhum funcionário público do Estado teria coragem de grampear meus telefones sem o aval do senador, até porque a interceptação telefônica clandestina poderia gravar minhas conversas particulares com o próprio ACM", disse em depoimento Adriana Barreto.
O namorado de Adriana, Plácido Farias, contou à Polícia Federal que o senador ACM o perseguiu desde que iniciou o namoro com a advogada.
"Antonio Carlos Magalhães colocou policiais sem fardamento para me seguir, dentro de um carro com chapa fria."
Farias disse que começou a desconfiar que os seus telefones estavam grampeados depois que algumas conversas eram ironizadas no "Correio da Bahia", jornal de propriedade da família do senador Antonio Carlos Magalhães.
(LUIZ FRANCISCO)


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