ANDRÉA MICHAEL
ENVIADA ESPECIAL A NOVA YORK

A Polícia Federal conseguiu ontem, em Nova York, parecer favorável do FBI -a polícia federal americana- e de procuradores federais dos EUA para quebrar o sigilo de pelo menos mais cem contas bancárias utilizadas em operações de lavagem de dinheiro que usaram a agência do Banestado, na cidade, como trampolim para as remessas de dinheiro.
Entre as contas que poderão ter o sigilo quebrado está a conta que foi denominada "tucano", que operava no Chase Manhattan de Nova York. Parte do movimento da conta "tucano" foi alimentada com depósitos da offshore June, empresa que pertence ao doleiro brasileiro Alberto Youssef.
As tratativas para a quebra de sigilo começaram no ano passado. Mas somente ontem, em reunião com a participação da secretária nacional de Justiça, Claudia Chagas, foi fechado o acordo que deverá disponibilizar a documentação referente a operações em cerca de 900 bancos nos EUA.
Não há prazo para os dados serem encaminhados à equipe de policiais. Até porque a liberação dos dados ainda tem que passar pela aprovação de um juiz federal -dada como certa, já que os procuradores e o FBI estão de acordo.
A equipe, composta pelos delegados da Polícia Federal Castilho Neto e Antonio Carvalho, além dos peritos Renato Barbosa, Eurico Montenegro e José Taleires, já está trabalhando na organização dos dados referentes à movimentação, no Banestado, de 137 correntistas entre 1998 e 1999.
Em laudo elaborado no ano passado, com as operações referentes a 1996 e 1997, esse grupo concluiu que as movimentações do Banestado sob suspeita de lavagem de dinheiro totalizaram US$ 14,9 bilhões. Estima-se que, ao concluir a análise dos dois anos subsequentes, o número chegue a US$ 30 bilhões. Em Nova York, os policiais também pretendem conseguir a instauração de um inquérito, sob as leis americanas, para apurar o caso Banestado.


Texto Anterior: Delegado pede mais 1 mês para acabar apuração
Próximo Texto: Panorâmica - Mídia: Mandado de segurança do UOL é indeferido
Índice