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SUCESSÃO PRESIDENCIAL
Planalto envia Eduardo Jorge ao tribunal para falar que viagens são apenas "administrativas'
FHC diz ao TSE que não faz campanha
SILVANA DE FREITAS
da Sucursal de Brasília
O secretário-geral da Presidência da República, Eduardo Jorge, disse
ontem ao presidente do TSE
(Tribunal Superior Eleitoral), ministro Ilmar Galvão, que o presidente Fernando Henrique Cardoso não está em campanha e que todas as suas viagens a Estados são
'"administrativas".
Em 40 minutos de conversa,
Eduardo Jorge transmitiu um recado incisivo de FHC a Galvão para tentar afastar eventuais problemas com a Justiça Eleitoral em sua
virtual candidatura à reeleição.
O Palácio do Planalto transformou o encontro em uma resposta
pública a declarações recentes do
ministro em defesa da fiscalização
do uso da máquina administrativa
pelos partidos da oposição, candidatos e Ministério Público.
Menos de duas horas após
Eduardo Jorge deixar o gabinete
de Galvão, no Supremo Tribunal
Federal, o Planalto divulgou nota
à imprensa em que deixa clara a
intenção de afastar "qualquer
mal-entendido" sobre o comportamento do presidente como
pré-candidato.
Segundo a nota, Eduardo Jorge
"esclareceu que as viagens administrativas do presidente da República seguem um padrão definido
desde o início do governo, padrão
esse que não guarda qualquer relação com campanha eleitoral".
Lei
A nota também afirma que a atitude de FHC "tem sido e continuará sendo rigorosa obediência à
lei, às instruções do TSE e à sua
jurisprudência".
"Se ficasse sem resposta (às declarações), seria pior. Foi uma resposta elegante", disse Galvão.
"Não se pode chegar a extremos
de corte de relações, nem há motivo para isso."
O ministro confirmou a preocupação com o uso da máquina administrativa em todos os níveis,
inclusive pelos governadores que
pretendem disputar a reeleição.
"A imprensa são os olhos da nação. Ao noticiar (supostas irregularidades), leva ao conhecimento
dos interessados, como partidos
da oposição, candidatos e Ministério Público", disse.
"Desde que assumi o cargo, em
junho de 1997, tenho pregado que
os interessados apresentem denúncias à Justiça Eleitoral."
Galvão negou que, na condição
de presidente do TSE, tenha críticas ao comportamento de FHC.
"Sou juiz, tenho que ter ética de
juiz. Não posso pôr em dúvida as
viagens do presidente. Como cidadão, o problema é meu."
Ele lembrou que a campanha e a
propaganda eleitorais só estão autorizadas a partir de 6 de julho.
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