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Pepebista diz que dinheiro da privatização da Elektro iria para campanha tucana em SP
Maluf usa Cesp no discurso anti-Covas
MARCELO PEDROSO
da Folha Vale
O pré-candidato ao governo do
Estado pelo PPB, Paulo Maluf,
acusou ontem o governo do Estado de tentar forçar a privatização da Elektro -empresa criada
para operar a área de distribuição de eletricidade da Cesp
(Companhia Energética de São
Paulo)- com o objetivo de arrecadar fundos para a campanha
do PSDB em São Paulo.
A acusação foi feita durante a
visita de Maluf a Lagoinha (225
km de São Paulo), no Vale do
Paraíba.
"A pressa com que o mercado
viu essa privatização indicava
muito mais um interesse de arrecadar fundos para a campanha
eleitoral do PSDB do que, na verdade, uma recaída, que o PSDB
nunca teve, pelas privatizações."
O leilão de privatização da empresa estava previsto para acontecer no dia 18 de março, mas foi
cancelado pelo governo na semana passada após parecer contrário da CVM (Comissão de Valores Mobiliários).
"Uma coisa é privatização.
Outra coisa completamente diversa é a doação de empresas públicas a cartéis privados. Eu acho
que a CVM fez muito bem em
sustar a maneira pela qual se tentaria fazer a privatização da
Elektro porque prejudicaria os
acionistas minoritários."
A CVM não sustou o leilão,
apenas apresentou parecer contrário à sua realização.
Sinalização
Esse é o primeiro sinal de que o
tema privatização da Cesp vai
entrar na agenda eleitoral deste
ano, em especial porque o cronograma da venda do setor elétrico foi atrasado -dando "sobrevida" ao assunto na mídia.
Para Maluf, com a atitude, o
governador Mário Covas
(PSDB) está contrariando o que
o ex-prefeito paulistano chama
de postura antiprivatizações.
"Como todo mundo se recorda, o então senador Mário Covas
foi contra a privatização da
Companhia Docas de Santos e
contra todas as privatizações
existentes no país."
Segundo Maluf, o governo tucano estaria sofrendo de uma
"síndrome de recaída".
"Esta recaída rápida pela privatização indica muito mais um
interesse em torrar dinheiro, recursos, doar uma poupança acumulada durante um século de
suor, lágrimas e trabalho do povo paulista em uma campanha
eleitoral. Se isso acontecer, eu
diria que, no mínimo, é uma
postura ignominiosa do atual
governo paulista."
O ex-prefeito visitou ontem sete cidades do Vale do Paraíba em
campanha. Hoje, eles passa por
outros quatro municípios da região.
Nas cidades por onde passa,
Maluf ouve pedidos de políticos
e promete, caso seja eleito, incluir as reivindicações em seu
programa de governo.
Coligação
Em relação a uma suposta coligação com o PFL nas eleições
deste ano, Maluf afirmou estar
disposto a oferecer benefícios
políticos em troca do apoio partidário.
"O PFL, ao que me consta,
procura de uma maneira muito
democrática a alternativa de um
candidato próprio. Cada partido
deve procurar seu candidato.
Agora, caso o candidato escolhido não disponha de prestígio,
sem um número de votos suficientes, o caminho indicado é a
coligação."
Maluf disse que, em caso de
coligação, o PFL ficaria com o
cargo de vice-governador e com
o apoio do PPB para o candidato
ao Senado.
O PFL tem como um dos nomes fortes ao cargo de vice Cláudio Lembo -presidente do diretório estadual do partido. Luiz
Carlos Santos, ministro de Assuntos Políticos, é outro nome
forte na disputa.
O ex-ministro da Agricultura
Antônio Cabrera Mano Filho seria um dos cotados à candidatura ao Senado.
Justiça
Maluf não quis se pronunciar
sobre a eleição de Luiz Antonio
Marrey no Ministério Público.
"A indicação de Luiz Antonio
Marrey à Procuradoria de Justiça é uma atribuição interna do
Estado de São Paulo, portanto
não cabe a mim comentar."
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