Ex-vice-presidente dos Estados Unidos discursou na abertura de fórum de sustentabilidade em Manaus

LAURA CAPRIGLIONE
ENVIADA ESPECIAL A MANAUS
KÁTIA BRASIL
DA AGÊNCIA FOLHA, EM MANAUS

O ex-vice-presidente americano e Prêmio Nobel da Paz Al Gore não poupou o sistema eleitoral dos Estados Unidos, ontem, no dia de abertura do Fórum Internacional de Sustentabilidade, que se encerra hoje em Manaus.
Grande celebridade verde a discursar no primeiro dia, Gore disse que o fato de a propaganda eleitoral televisiva nos Estados Unidos ser "caríssima" acaba colocando os candidatos nas mãos dos lobistas.
"Há lobbies bons e ruins", ele ressaltou, para concluir que o peso das corporações acaba sendo gigantesco nas decisões, o que tem inviabilizado a tomada de posições mais ousadas pelo governo de Obama.
A crítica apareceu em uma reposta à pergunta (aplaudidíssima) sobre as razões de uma participação tão apagada dos Estados Unidos na Conferência do Clima de Copenhague, em dezembro. Durante sua apresentação, Gore rasgou elogios ao papel do Brasil na COP-15.
Gore, que chegou ao fórum cercado por seguranças, dirigiu afagos ao diretor James Cameron, de "Avatar", foi chamado de "presidente" duas vezes pelo anfitrião João Dória Júnior e, no final, recebeu de estudantes uma bandeira do Brasil, ao som da musiquinha que tocava na televisão quando o corredor Ayrton Senna ganhava uma prova de Fórmula 1 -João Dória teve de lhe explicar o que era aquele pá-pá-páááááá, pá-pá-pááááá.
No Hotel Tropical, onde se realiza o fórum, todos só queriam saber de uma coisa: se o diretor James Cameron toparia levar para o Amazonas as filmagens da continuidade de "Avatar", que por enquanto será gravada na Venezuela.
A dúvida chegou a Al Gore, quando foi questionado se apoiaria a candidatura do Amazonas para sediar "Avatar 2". Sorrindo, Gore escapou pela tangente e disse que, onde quer que seja, será um grande filme.
Hoje, o próprio Cameron fará sua palestra no Fórum -falará sobre "Como e por que sensibilizar a sociedade para a importância e urgência da conservação da Amazônia". Uma pergunta, pelo menos, Cameron já conhece de antemão...


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