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NOVAS DENÚNCIAS
Nossa Caixa usou dados de sua namorada em sindicância, afirma Castro
Banco violou sigilos, diz ex-gerente
ROGÉRIO PAGNAN
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-gerente de Marketing da
Nossa Caixa Jaime de Castro Júnior disse em depoimento à Comissão de Finanças e Orçamento da Assembléia Legislativa de
São Paulo que teve acesso a documentos que provam a quebra
de sigilo bancário de funcionários e de familiares dele pelo
banco, sem autorização judicial.
Inicialmente nervoso, Castro
Júnior, demitido pela Nossa
Caixa por suspeita de irregularidades em contratos de publicidade, disse que as movimentações financeiras constavam de
relatório da auditoria feita pelo
banco em duas sindicâncias internas. "No próprio relatório da
auditoria citam isso. Procedimentos verificaram a movimentação financeira, dados cadastrais, das pessoas a, b e c."
Essas pessoas, segundo ele, seriam sua ex-secretária, o filho, a
filha e a sobrinha dela, além da
própria namorada de Castro.
"Desconfiavam que ela tinha
conta conjunta comigo. Dizem
que fizeram isso para exaurir toda e qualquer dúvida de favorecimento", afirmou.
A Nossa Caixa nega ter havido
quebra de sigilo.
O deputado Romeu Tuma Júnior (PMDB) pediu que a presidência da comissão solicite à
Nossa Caixa uma cópia reservada dessas sindicâncias. "Em
Brasília, a quebra de um sigilo
derrubou um ministro. Aqui,
não derruba nem um presidente
de um banco", disse Tuma.
O peemedebista disse que há
elementos suficientes para abrir
uma CPI sobre o assunto.
O líder do PFL na Assembléia,
Edmir Chedid, disse considerar
grave a afirmação de Castro e
que ela pode influenciá-lo na
discussão sobre a abertura da
CPI da Nossa Caixa. "Eu considero como quebra de sigilo. Se
isso ocorreu é um grande início
[para a aprovação da CPI]."
O deputado Renato Simões
(PT) disse que há muitos elementos que sustentam uma investigação por uma CPI e considerou gravíssima a informação
da suposta violação de sigilo.
"Não podemos ter uma indignação seletiva. Achar errado a
quebra de sigilo do caseiro, e admitir isso."
O líder do PSDB, Ricardo Trípoli, disse que há necessidade de
observar a legislação para saber
se esse procedimento, se ocorreu, é de fato ilegal. "Não sei a legislação e as condutas previstas
pelo Banco Central. A questão é
ele trazer provas."
O líder do governo, Edson
Aparecido, afirmou que essa explicação pode ser solicitada à
Nossa Caixa pelo presidente da
Assembléia, e que não há necessidade de uma CPI para isso.
"Uma coisa grave como essa
ele tem que provar. Porque ele
disse uma coisa na sindicância e
disse outra coisa no Ministério
Público e outra coisa aqui."
Em linhas gerais, Castro confirmou à comissão seu depoimento ao Ministério Público em
que transfere a responsabilidade pela irregularidades ao ex-presidente da Nossa Caixa Valdery Frota de Albuquerque e ao
atual, Carlos Eduardo Monteiro. Ele confirmou que os ex-assessores Waldin Rosa de Lima e
Elmar Gueiros trabalharam no
banco sem registro formal.
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