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"Floresta é um ativo de baixíssimo valor econômico", afirma ruralista
Ministério do Meio Ambiente diz que afirmação é inaceitável e irresponsável
Marlene Bergamo - 4.mar.08/Folha Imagem
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Policiais e fiscais destroem forno em Tailândia (PA) durante ação de combate ao desmatamento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Presidente da comissão de
meio ambiente da principal entidade sindical ruralista, a CNA
(Confederação da Agricultura e
Pecuária do Brasil), Assuero
Veronez diz que o avanço da
pecuária na Amazônia e a derrubada de madeira é uma resposta do setor ao "baixíssimo"
valor econômico da floresta.
"A floresta é um ativo de baixíssimo valor econômico e, de
outro lado, há uma atividade
econômica que dá retorno e dá
renda. Você não pode desconsiderar que a pecuária é uma atividade econômica rentável. A
Amazônia tem uma vocação extraordinária para a pecuária."
Segundo Veronez, não há relação entre desmatamento e
pecuária com a violência no
campo. "Acho que não dá para
fazer essa relação direta. Os casos de violência estão em todas
as atividades econômicas numa
região onde falta Estado. Se a
pecuária é a principal atividade
naquela região, estatisticamente tem que ocorrer alguma coisa com relação a essa atividade.
Não consigo estabelecer uma
conexão direta", diz.
Confrontado com a afirmação de Veronez sobre o valor da
floresta, o secretário-executivo
do Ministério do Meio Ambiente, João Paulo Capobianco,
contra-atacou. "Não há justificativa para agir de forma ilegal,
com violência, com desagregação social, cultural e ambiental.
Esse argumento é inaceitável."
Para a CNA, o governo tem se
preocupado apenas em "constranger" e "intimidar" os produtores da região amazônica,
sem encontrar soluções para a
demanda de crescimento local,
como a situação das famílias levadas para lá pelo próprio governo, nos anos 70 e 80.
De acordo com Capobianco,
a correlação entre desmatamento e a violência no campo é
"absolutamente direta". Sobre
os ataques da CNA ao governo,
ele diz: "Sempre que você não
tem como justificar um ato, primeiro você culpa alguém, quase
sempre o governo", afirma.
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