São Paulo, segunda-feira, 27 de abril de 2009

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Chávez e Amorim discutem acerto comercial

Compromisso é encerrar negociação para o ingresso da Venezuela no Mercosul antes de visita presidencial

FABIANO MAISONNAVE
DE CARACAS

Em visita a Caracas neste fim de semana, o chanceler Celso Amorim obteve do presidente Hugo Chávez o compromisso de tentar encerrar as negociações comerciais para a entrada da Venezuela no Mercosul antes de sua visita de Estado ao Brasil, em 26 de maio. A falta desse acordo tem sido um dos principais argumentos da oposição no Senado para não votar o ingresso do país no bloco.
"Eu sugeri que as equipes se reunissem até resolver. Porque conheço negociação comercial, as pessoas se reúnem um dia e meio, veem dificuldades e dizem: "Vamos nos encontrar daqui a dois meses". Desta vez, creio que não deve ser assim, e ele concordou", disse Amorim, em entrevista à Folha por volta da 1h de ontem, logo depois do encontro com Chávez, no Palácio Miraflores.
Segundo Amorim, a entrada da Venezuela no Mercosul foi o tema principal da conversa com o presidente venezuelano, que começou cerca de três horas depois do horário previsto e durou duas horas e meia.
A próxima reunião será nos dias 19 e 20 de maio, em Brasília, depois de oito meses sem encontros. No centro da discussão, está um programa de isenção tarifária de cerca de 500 produtos, para que haja um livre comércio até 2014, conforme prevê o Protocolo de Adesão da Venezuela ao Mercosul, assinado em 2006.

Apoio
O chanceler, que defenderá a entrada da Venezuela em audiência no Senado nesta quinta-feira, disse que um dos receios do país é a "invasão" de produtos brasileiros, o que de certa forma já vem ocorrendo, sobretudo no setor de alimentos. Mas ele afirmou que essa não é a intenção do Brasil, inclusive porque há a cooperação técnica em projetos industriais e agrícolas.
O PSDB tem cobrado explicações sobre se a Venezuela vem cumprindo os requisitos técnicos do Mercosul. Recentemente, o relator do assunto, o senador tucano Tasso Jereissati (CE), encaminhou um requerimento ao Itamaraty pedindo explicações sobre o estágio de implementação dos compromissos previstos no protocolo. Ontem, Amorim disse que essa solicitação será respondida em breve.


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