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ROMBO AMAZÔNICO
Aprovação foi possível graças a acordo feito entre os líderes dos partidos governistas e da oposição
Senado quebra sigilo de envolvidos com TDA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Senado deu ontem o primeiro passo no sentido de investigar
as acusações de envolvimento do
presidente da Casa, Jader Barbalho (PMDB-PA), em negociação
irregular de TDAs (Títulos da Dívida Agrária) há 13 anos, quando
ele era ministro da Reforma e Desenvolvimento Agrário.
O plenário aprovou requerimento da oposição que determina ao Banco Central a quebra do
sigilo bancário das três pessoas
diretamente envolvidas na operação ilegal: o empresário Vicente
de Paula Pedrosa Silva, o ex-banqueiro Serafim Rodrigues de Moraes e de sua mulher, Vera Arantes Campos.
O requerimento foi embasado
na nova lei do sigilo bancário, que
permite a quebra do sigilo pelo
plenário do Senado, se receber
parecer favorável da Comissão de
Constituição e Justiça. O objetivo
do rastreamento é detectar se Jader recebeu recursos da venda
dos TDAs. Essa acusação foi feita
em reportagem da "IstoÉ", que
divulgou conteúdo de conversa
telefônica com o ex-banqueiro e a
mulher, que foi gravada.
O casal disse ter pago R$ 4 milhões a Pedrosa pelos títulos, em
um encontro no Hotel Hilton, em
São Paulo. Os dois afirmaram ainda terem visto o empresário se encontrar com Jader no hall do hotel, dando margem a interpretação de que o então ministro teria
recebido o pagamento.
A aprovação foi possível graças
a um acordo feito entre os líderes
dos partidos governistas e da oposição na semana passada -com
aval do próprio Jader- para dar
rapidez às investigações.
Também como parte do acordo, os líderes do PFL, PSDB,
PMDB, PTB, PT, PDT, PSB e PPS
tiveram audiência com o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, no qual pediram
pressa na conclusão do inquérito
da Polícia Federal que apura o caso dos TDAs. Os líderes esperam
que a PF conclua o inquérito até
agosto, para que o Senado não
continue sofrendo no segundo semestre o desgaste das acusações
contra o seu presidente.
Da presidência, Jader anunciou
no plenário, logo após a aprovação do requerimento, que o corregedor da Casa, Romeu Tuma
(PFL-SP), havia lhe encaminhado
documento do Hotel Hilton afirmando que o peemedebista não
estava hospedado no estabelecimento no período em que foi realizada a operação ilegal dos TDAs,
em dezembro de 1988.
O requerimento pede que o BC
remeta ao Senado extratos e fotocópias de cheques, concernentes à
conta de Vera, na agência central
do Bamerindus de São Paulo, durante o segundo semestre de 1988
e primeiro semestre de 1989.
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