São Paulo, quarta-feira, 27 de junho de 2001

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ROMBO AMAZÔNICO

Aprovação foi possível graças a acordo feito entre os líderes dos partidos governistas e da oposição

Senado quebra sigilo de envolvidos com TDA

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Senado deu ontem o primeiro passo no sentido de investigar as acusações de envolvimento do presidente da Casa, Jader Barbalho (PMDB-PA), em negociação irregular de TDAs (Títulos da Dívida Agrária) há 13 anos, quando ele era ministro da Reforma e Desenvolvimento Agrário.
O plenário aprovou requerimento da oposição que determina ao Banco Central a quebra do sigilo bancário das três pessoas diretamente envolvidas na operação ilegal: o empresário Vicente de Paula Pedrosa Silva, o ex-banqueiro Serafim Rodrigues de Moraes e de sua mulher, Vera Arantes Campos.
O requerimento foi embasado na nova lei do sigilo bancário, que permite a quebra do sigilo pelo plenário do Senado, se receber parecer favorável da Comissão de Constituição e Justiça. O objetivo do rastreamento é detectar se Jader recebeu recursos da venda dos TDAs. Essa acusação foi feita em reportagem da "IstoÉ", que divulgou conteúdo de conversa telefônica com o ex-banqueiro e a mulher, que foi gravada.
O casal disse ter pago R$ 4 milhões a Pedrosa pelos títulos, em um encontro no Hotel Hilton, em São Paulo. Os dois afirmaram ainda terem visto o empresário se encontrar com Jader no hall do hotel, dando margem a interpretação de que o então ministro teria recebido o pagamento.
A aprovação foi possível graças a um acordo feito entre os líderes dos partidos governistas e da oposição na semana passada -com aval do próprio Jader- para dar rapidez às investigações.
Também como parte do acordo, os líderes do PFL, PSDB, PMDB, PTB, PT, PDT, PSB e PPS tiveram audiência com o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, no qual pediram pressa na conclusão do inquérito da Polícia Federal que apura o caso dos TDAs. Os líderes esperam que a PF conclua o inquérito até agosto, para que o Senado não continue sofrendo no segundo semestre o desgaste das acusações contra o seu presidente.
Da presidência, Jader anunciou no plenário, logo após a aprovação do requerimento, que o corregedor da Casa, Romeu Tuma (PFL-SP), havia lhe encaminhado documento do Hotel Hilton afirmando que o peemedebista não estava hospedado no estabelecimento no período em que foi realizada a operação ilegal dos TDAs, em dezembro de 1988.
O requerimento pede que o BC remeta ao Senado extratos e fotocópias de cheques, concernentes à conta de Vera, na agência central do Bamerindus de São Paulo, durante o segundo semestre de 1988 e primeiro semestre de 1989.


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