DA AGÊNCIA FOLHA, EM CORUMBÁ (MS)

O ministro da Justiça, Miguel Reale Jr., afirmou ontem que as acusações do PT de espionagem política contra a Polícia Federal servem de "cavalo de batalha" para esconder irregularidades na Prefeitura de Santo André (SP).
"Estão fazendo disso um cavalo de batalha, querendo jogar areia nos olhos dos outros para esconder as irregularidades que estão sendo apuradas pelo Ministério Público de São Paulo na Prefeitura de Santo André", disse em entrevista coletiva em Corumbá.
"Querem dar uma dimensão política para tentar esconder e camuflar as apurações que estão revelando irregularidades praticadas na prefeitura e relacionadas ao PT", completou.
Segundo o ministro, foi o PT quem solicitou à PF que investigasse o assassinato do prefeito Celso Daniel. "A participação da PF se deu a pedido do próprio PT." A PF embasou o pedido dos grampos com o argumento de combate ao narcotráfico.
Reale Jr. nega a acusação do PT de que a PF "enganou" o juiz Maurício Lemos Porto Alves, que teria autorizado grampos nos telefones do prefeito de Santo André João Avamileno (PT), da namorada de Celso Daniel, Ivone de Santana e do secretário de Serviços Municipais, Klinger Luiz de Oliveira Souza, entre outros .
"O juiz fez a avaliação de que [o pedido" estava voltado exclusivamente para a apuração do assassinato do Celso Daniel, tanto que, descoberta a autoria, essas interceptações cessaram imediatamente", disse.
Já o diretor-geral da PF, Itanor Neves Carneiro, disse que considera "satisfatórias" as explicações dadas anteontem pela Superintendência da PF em São Paulo.
Carneiro e Reale Jr. estiveram em Corumbá (430 km de Campo Grande) para acompanhar a queima de 82 toneladas de drogas apreendidas. O evento é parte das atividades do Dia Nacional Antidrogas. (FABIANO MAISONNAVE)


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