São Paulo, quinta-feira, 27 de junho de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Juiz-corregedor se recusa a falar

DA REPORTAGEM LOCAL

Acusado pelo Ministério Público de ter praticado "ilegalidade", o juiz-corregedor do Departamento de Inquéritos Policiais, Maurício Lemos Porto Alves, se recusa a atender a Folha.
Porto Alves foi o juiz responsável por autorizar a interceptação da Polícia Federal nos telefones do prefeito de Santo André, João Avamileno, e de pessoas ligadas à administração petista na cidade.
O PT afirma que ele foi enganado pelos delegados federais e a PF diz que Porto Alves não reclamou da corporação. O procurador-geral de Justiça, Luiz Antônio Guimarães Marrey, e o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, dizem que o juiz cometeu "ilegalidade" por ter autorizado as escutas sem ouvir o MP.
O juiz foi procurado pela Folha em seu gabinete na segunda, para comentar o caso. Sua secretária informou que ele não iria falar.
Na terça, o gabinete informou que só a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça comentaria a questão, o que não aconteceu.
Ontem, o TJ informou que ele não comenta as decisões que toma em processos. Ele não atendeu a nenhuma ligação da Folha.
Marrey disse ontem que o juiz poderá ser processado por crime de falsidade ideológica se houver prova de que ele agiu com dolo (intenção). O MP pode pedir a anulação de provas obtidas com a escuta, dado o descumprimento da lei sobre sigilo telefônico.


Colaborou a Sucursal de Brasília



Texto Anterior: Ministério Público apura eventual crime de delegado
Próximo Texto: Janio de Freitas: A novidade
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.