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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Principal estratégia é levar o PPB a apoiar Rosinha no Rio
Sem alarde, PSDB incentiva
Garotinho para frear Ciro
RAYMUNDO COSTA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Sem alarde, o PSDB está incentivando a candidatura à Presidência do ex-governador do Rio Anthony Garotinho (PSB). A eventual desistência do candidato socialista poderia não só ameaçar o
segundo turno da eleição, como
encorpar desde já o nome de Ciro
Gomes (PPS).
O principal movimento nesse
sentido é a articulação para levar
o PPB a apoiar a candidata Rosinha Matheus, mulher de Garotinho, ao governo do Rio -negociação conduzida pelo ex-ministro do Trabalho Francisco Dornelles, com o aval do presidente Fernando Henrique Cardoso.
Além de manter Garotinho na
disputa, os tucanos também procuram desde já assegurar o apoio
do ex-governador num eventual
segundo turno. Não foi à toa que
Serra defendeu a manutenção de
sua candidatura, considerando-a
"representativa". Um aceno.
A "mãozinha" tucana a Garotinho não é nova, mas se intensificou nos últimos dias depois que a
campanha de José Serra detectou
que o "efeito Patrícia Pilar" nas
sondagens de opinião é bem
maior do que o imaginado.
As campanhas fazem pesquisas
diárias para medir as oscilações
do humor do eleitor. O "recall"
(eleitores que lembram do que viram no dia anterior na TV) dos
programas nos quais a atriz apareceu fazendo propaganda de Ciro foi muito alto.
Isso se refletiu imediatamente
nas pesquisas de opinião divulgadas nesta semana. Na última delas, do Instituto Vox Populi, Ciro
cresceu sete pontos percentuais,
aproximando-se ameaçadoramente de Serra, que até então isolara-se no segundo lugar.
Mas a avaliação dos analistas
das campanhas é que o "efeito Patrícia" ainda não teria sido inteiramente captado. Sondagens feitas por telefone indicariam que as
curvas de Serra (descendente) e
Ciro (ascendente) já teriam se encontrado. Garotinho teria despencado para o quarto lugar.
O problema, para o PSDB, é que
os votos de Garotinho ajudaram a
engordar Ciro. A eventual desistência do candidato do PSB, agora, poderia levar o nome de Ciro
para o segundo lugar, numa época em que todos os candidatos ficarão sem programas de TV.
Por meio de dois interlocutores,
pelo menos, Garotinho informou
ontem à campanha de Serra que
não há hipótese de ele renunciar à
indicação, apesar da intensa pressão de setores do PSB, cuja Executiva Nacional reúne-se hoje em
Brasília e deve ratificar sua candidatura presidencial.
Alianças regionais
Ciro disse ontem no Rio, após
almoço com o ex-governador
Leonel Brizola (PDT), que o eleitor entenderá as alianças regionais que os partidos da Frente
Trabalhista (PPS-PTB-PDT) estão fazendo com opositores no
plano nacional. Ele se referia ao
apoio do PPS ao tucano Aécio Neves em Minas e a Jarbas Vasconcelos (PMDB) em Pernambuco.
"Se houver dignidade no encaminhamento, o eleitor entende.
Se tiver oportunismo, repudia."
Ciro diz que ainda falta resolver
o posicionamento dos partidos
em São Paulo, mas nega ter negociado com Paulo Maluf (PPB).
Colaborou MURILO FIUZA DE MELO, da
Sucursal do Rio
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