São Paulo, domingo, 27 de junho de 2004

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Maluf e Marta têm as maiores rejeições na eleição paulistana

Índice de ex-prefeito vai de 50% para 48%, apesar de acusações sobre movimentações no exterior; rejeição a Serra é a menor

DA REDAÇÃO

Paulo Maluf e Marta Suplicy continuam com as maiores taxas de rejeição entre todos os candidatos a prefeito de São Paulo.
Segundo o Datafolha, 48% dos eleitores dizem que não votam "de jeito nenhum" no ex-prefeito, acusado de ter abastecido contas no exterior por meio de recursos desviados de obras públicas. Maluf nega as acusações, feitas pelo Ministério Público, e tem alegado ser vítima de perseguição política.
Em relação ao levantamento anterior, o índice oscilou dois pontos percentuais em seu favor -a rejeição aferida era de 50%.
A insatisfação mais aguda em relação ao ex-prefeito é verificada entre os eleitores com escolaridade superior (59%) e entre os mais jovens, de 16 a 25 anos (57%).
Na TV e no rádio, em entrevistas ou mesmo em propagandas do seu partido, o ex-prefeito paulistano adotou o discurso de que sempre foi um homem rico, sem fazer referências diretas às acusações que vem sofrendo.

Paz e amor
Assim como Maluf, Marta também se mantém num patamar elevado de rejeição, de 42%, um ponto percentual a menos do que o apontado pela pesquisa do mês de maio. Entre os moradores da região central da cidade, a insatisfação com a prefeita atinge o patamar mais alto (52%).
O PT e aliados da prefeita costumam responsabilizar a mídia pelo alto índice de insatisfação com Marta. Segundo eles, desde o início da gestão dela, apenas as questões desfavoráveis da administração mereceram manchetes nos meios de comunicação.
Na campanha, a estratégia do PT será o de levar ao ar justamente o que considera ser os "pontos positivos" da gestão Marta.
Devem ganhar espaço no horário eleitoral do partido, por exemplo, o bilhete único e o que a prefeita batizou de "verdadeira revolução no transporte".
Terão espaço também os escolões ou CEUs (Centros Educacionais Unificados) e as farmácias populares -projeto do governo Luiz Inácio Lula da Silva que beneficiou a cidade administrada pela petista com 11 das 18 unidades entregues no país.
A intenção inicial de Marta é repetir o Lula da campanha de 2002 com a política do "Paz e Amor", deixando para aliados a tarefa de atacar os adversários.

Menos tempo
A terceira maior rejeição da campanha é a da também ex-prefeita Luiza Erundina, do PSB, com 25%, o mesmo patamar da pesquisa passada. Nas regiões central e oeste, o índice de rejeição da deputada federal atinge, respectivamente, 30% e 31% dos eleitores.
Erundina deixou a Prefeitura de São Paulo no dia 1º de janeiro de 1993 sob a acusação de ter paralisado obras do seu antecessor, Jânio Quadros. De lá para cá, já disputou sem sucesso as eleições municipais de 1996 e 2000.
Na comparação com Serra, Maluf e Marta, Erundina será a que vai dispor do menor tempo de campanha na TV e terá, provavelmente, a mais frágil estrutura financeira e partidária.
A rejeição a Serra atinge 10%. Derrotado na última eleição presidencial para Lula, o ex-ministro da Saúde é o único entre os quatro principais candidatos que nunca foi eleito para um cargo de chefia no Poder Executivo.


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