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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Maioria das PPPs do PT e do PSDB não saiu do papel
Lula só fará 2 editais; dos R$ 7,5 bi de Alckmin, apenas R$ 1 bi está garantido
União lançará no máximo as
licitações para a duplicação
da BR 116 e um projeto de
irrigação; governo paulista
investe na Linha 4 do Metrô
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
MALU DELGADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Apontadas pelos governos federal e estadual como a solução
milagrosa que resolveria o minado potencial do Estado para
investir em infra-estrutura, as
Parcerias Público-Privadas
(PPPs), na prática, funcionaram mais como peça de discurso eleitoral do que projetos efetivos de desenvolvimento, tanto no governo de Luiz Inácio
Lula da Silva (PT) como no de
Geraldo Alckmin (PSDB).
Lula vai terminar o governo
lançando no máximo dois editais de licitação para projetos
de PPPs: a duplicação da BR 116
e um projeto de irrigação no
Pontal de São Francisco, em
Petrolina (PE). Somente os
dois projetos estão sob análise
do Fundo Garantidor de PPPs,
criado em janeiro deste ano e
gerido pelo Banco do Brasil.
Já o governo de São Paulo,
sob Alckmin, previa, em maio
de 2005, um investimento de
R$ 7,5 bilhões por meio de parcerias até 2007. Até agora, apenas R$ 1 bi, das PPPs da Linha 4
do Metrô paulistano e da Estação de Tratamento de Água de
Taiaçupeba, está garantido.
Das nove principais PPPs
anunciadas pelo governo paulista em 2005, ao menos quatro
foram deixadas de lado no relatório enviado em abril deste
ano por Cláudio Lembo, sucessor de Alckmin, à Assembléia.
Entre as que constam no relatório está o Corredor de Exportação Campinas-Vale do
Paraíba e Litoral Norte e a Linha 4 do Metrô, mas a PPP do
corredor, apontada por Alckmin como a mais ambiciosa,
empacou e carece de "estudos
complementares". Em 2005, o
governo dizia que a licitação estaria pronta até o fim daquele
ano. Até agora isso não ocorreu.
No período de tramitação do
projeto de lei das PPPs no Congresso, em 2004, o governo federal falava numa "carteira" de
mais de 20 grandes projetos em
diferentes setores -ferroviário, portuário e rodoviário. O
então relator do projeto e hoje
ministro do Planejamento,
Paulo Bernardo, apostava num
fluxo de investimento de R$ 10
bilhões dos fundos de pensão.
Falava-se que o fundo garantidor teria aporte de cerca de
R$ 8 bilhões. Ele só foi criado
neste ano e tem R$ 3,4 bilhões
em ações do BB, Vale e Eletrobras. Para o empresário financiar uma obra, precisa ter garantias de que o poder público
vai pagá-lo ao longo de décadas.
Na mensagem anexada ao
projeto de lei das PPPs, o governo federal dizia que a parceria
com o setor privado era "indispensável" para o Brasil "suprir
demandas". Mas os estudos de
viabilidade econômica e ambiental são demorados e complexos. Nenhuma dessas ponderações, porém, foi feita pelos
governantes, na ânsia de vender as PPPs como panacéia.
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