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PT quer dar "abraço de afogado", diz Azeredo
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente do PSDB, senador
Eduardo Azeredo (MG), negou
ontem que teria participado de
um esquema de triangulação de
verbas de campanha em 1998 com
o empresário Marcos Valério de
Souza, e acusou o PT de dar um
"abraço de afogado" na tentativa
de afundar seu partido.
Discretamente, petistas celebravam o surgimento de uma notícia
que liga o "esquema Marcos Valério" à oposição. Além disso, dá fôlego à tese governista de que todos
fazem arrecadações ilegais.
"O que essa notícia demonstra é
que esse padrão de comportamento das empresas de Marcos
Valério ocorriam pelo menos desde 1998, com a campanha da coligação PSDB-PFL ao governo de
Minas Gerais", disse o líder do governo no Senado Aloizio Mercadante (PT-SP).
"Fico indignado! São coisas totalmente diferentes! Isso foi há sete anos!", rebateu Azeredo.
Mercadante criticou os tucanos
por não ter oferecido antes informações para CPI sobre o esquema
para acelerar as investigações e
ironizou a defesa do PSDB de que
o caso é antigo: "Corrupção não é
como pote de iogurte, que tem
prazo de validade".
Azeredo se colocou à disposição
para esclarecimentos na CPI dos
Correios, onde foi citado por petistas durante o dia. Ele rejeitou
qualquer ligação com a crise
atual, conforme noticiou o jornal
"O Globo" ontem. Segundo a reportagem, a DNA, de Marcos Valério, contraiu um empréstimo no
Banco Rural em 1998 de R$ 11,7
milhões. No mesmo ano, sua outra empresa, a SMPB repassou
mais de R$ 1,6 milhão a 70 políticos da coligação de Azeredo.
"O padrão parece ser muito semelhante", disse Mercadante sobre as atuais investigações do PT.
Azeredo disse que sua campanha não tem nada a ver com o empréstimo e teve suas contas aprovadas pelo Tribunal Regional
Eleitoral. "Se alguém tentar dar
um abraço de afogado, o PSDB
não aceita."
O líder tucano, senador Arthur
Virgílio (AM), disse que o PT
"quer companhia para tentar se
salvar do lamaçal em que chafurda o governo Lula".
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