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Presidente veta projeto da Fenaj integralmente
Planalto alega defesa de direito à livre expressão
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinou ontem à noite o veto integral do projeto
aprovado no início do mês no
Congresso que sugeria a ampliação de 11 para 23 as funções
dos jornalistas.
O Planalto alegou o direito à
livre expressão entre os motivos para barrar o texto que modificava um decreto de 1969 e
obrigava repórteres-fotográficos, cinegrafistas, chargistas e
comentaristas, entre outros
profissionais, a terem o diploma para exercer a profissão.
Lula tinha até amanhã para
sancionar ou vetar o projeto.
Antecipou sua decisão, pois
viaja hoje a Lima (Peru). Nos
últimos dias, recebeu pareceres
de diferentes ministérios sugerindo o veto total ou parcial do
texto. O parecer do Ministério
da Justiça, que fortaleceu a decisão de Lula, afirmou que a sociedade brasileira tem o direito
de receber informações de
qualquer fonte e citou ainda a
livre expressão da mídia.
O projeto, apresentado em
2003 pela Fenaj (Federação
Nacional dos Jornalistas) e encampado pelo deputado Pastor
Amarildo (PSC-TO), sofreu duros ataques nas últimas semanas do setor patronal da mídia,
entre as quais ANJ (Associação
Nacional dos Jornais), Aberje
(Associação Brasileira de Comunicação Empresarial) e
Conferp (Conselho Federal dos
Profissionais de Relações Públicas), que enviaram cartas ao
presidente Lula pedindo o veto.
Ao vetar integralmente o texto, Lula evita uma nova crise
com a mídia, em plena campanha eleitoral. Em 2004 Lula
entrou em choque com a imprensa ao enviar ao Congresso
a proposta de criação do Conselho Federal de Jornalismo. O
objetivo alegado era "orientar,
disciplinar e fiscalizar" o exercício da profissão e das atividades de jornalismo -inclusive
com a possibilidade de cassação de registros profissionais.
Na ocasião, sob pressão da mídia e com ajuda da oposição,
Lula retirou o projeto da pauta.
Ontem à tarde, já ciente do
veto de Lula, o ministro Luiz
Marinho (Trabalho) se reuniu
por pouco mais de três horas
com representantes de entidades de jornalistas e de empresas de comunicação. Após o encontro, ele anunciou a criação
de um grupo de trabalho, encabeçado pelo ministério, para
discutir e avaliar a regulamentação da profissão.
(ES E LS)
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