São Paulo, domingo, 27 de julho de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / PESQUISA

Procedimentos do Datafolha impedem influência em dados

Instituto muda pontos de fluxo entre os levantamentos e apenas entrevista de maneira aleatória, entre outros meios de segurança

Para diretor do Datafolha, Alessandro Janoni, não há hipótese de as campanhas conhecerem os locais das entrevistas de antemão

DO PAINEL

Os pontos de fluxo nos quais o Datafolha aplica seus questionários mudam de um levantamento para o outro e somente são registrados no TRE depois de realizado o campo e divulgados os resultados, explica o diretor de pesquisa do instituto, Alessandro Janoni. Chegam ao juiz em envelope lacrado. "Não existe hipótese de as campanhas conhecerem esse mapa de antemão", afirma.
Além disso, segue o diretor, qualquer movimentação minimamente estranha no ponto de fluxo ou em local próximo é reportada pelos pesquisadores tanto por telefone como nos instrumentos de campo. Quando isso acontece, eles mudam de ponto e refazem o material com outros entrevistados.
Janoni estranha a preocupação, manifestada pelo prefeito, de que adversários estejam obtendo sucesso em prejudicar sua avaliação. "Como", pergunta, "se ele tem maior aprovação do que intenção de voto?".
"Considero a atitude do prefeito totalmente questionável no plano da ética na esfera pública", afirma o diretor.
De acordo com ele, não foram detectadas perturbações no campo de nenhuma pesquisas feita pelo Datafolha na atual temporada eleitoral.
O diretor conta que a perturbação mais registrada em campanhas passadas, ainda assim em escala residual, é a do militante partidário que tenta ser entrevistado, oferta sempre descartada pelo aplicador do questionário. Na metodologia utilizada pelo Datafolha, é proibido entrevistar o eleitor que se oferece. A abordagem é necessariamente aleatória.
Outro expediente conhecido das campanhas, segundo Janoni, é o da realização de propaganda na vizinhança do ponto de fluxo. Mas, assim como o "truque" do entrevistador oferecido, encontra barreira nos procedimentos de segurança.
No levantamento por "pontos de fluxo", o pesquisador vai a campo com uma grade de entrevistas que cobre cotas de sexo e idade, de acordo com o perfil do eleitorado. No entender do Datafolha, a principal vantagem desse método sobre a abordagem domiciliar é a facilidade de acesso a todos os segmentos de eleitores, evitando viés nos resultados.
"O histórico de acertos do Datafolha em seus 25 anos de existência é, por si só, prova de que a metodologia é adequada e tecnicamente rigorosa", afirma Janoni. (RENATA LO PRETE)


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