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Genoino chama Cristovam para aparar arestas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Um dia após fazer um discurso
criticando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter vetado na
LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) propostas para a área social, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) foi procurado pelo
presidente do partido, José Genoino, para conversar.
Cristovam subiu à tribuna para
se desculpar por ter votado a favor do salário mínimo de R$ 260
proposto pelo governo acreditando que, em compensação, seria
cumprido o acordo de incorporar
à LDO 12 compromissos na área
social, como obras de saneamento para a geração de emprego e
ampliação do número de municípios beneficiados pelo programa
Saúde da Família.
O intermediário do convite foi o
presidente do PT no Distrito Federal, Vilmar Lacerda. "Desde a
discussão do salário mínimo estávamos querendo conversar. Não
queremos crise, vamos conversar", disse Genoino.
Ex-ministro da Educação, Cristovam foi demitido do cargo pelo
telefone durante uma viagem ao
exterior, na reforma ministerial.
A postura do senador foi debatida em jantar da bancada na noite
de anteontem, logo após o pronunciamento. Tanto o líder do
governo, Aloizio Mercadante
(PT-SP), quanto a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), entendem o ressentimento de Cristovam pelo veto presidencial ao
chamado "choque social", uma
vez que eles próprios não foram
avisados da decisão.
"Ele tem razão quanto à quebra
do acordo, mas no contexto em
que foi feito, o discurso fica com
outro significado", disse Ideli.
A crítica maior dos líderes foi
em relação ao apoio dado por
Cristovam ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), vítima de
uma interpelação judicial do PT
por ataques feitos ao tesoureiro
do partido, Delúbio Soares.
No jantar, os líderes foram advertidos da necessidade de o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, atender ao convite
do Senado para dar explicações
sobre as acusações de sonegação
que pesam contra ele, antes que
seja convocado pela oposição.
A convocação é possível desde a
MP concedida a Meirelles.
(FERNANDA KRAKOVICS)
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