São Paulo, sexta-feira, 27 de agosto de 2004

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Genoino chama Cristovam para aparar arestas

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia após fazer um discurso criticando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva por ter vetado na LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias) propostas para a área social, o senador Cristovam Buarque (PT-DF) foi procurado pelo presidente do partido, José Genoino, para conversar.
Cristovam subiu à tribuna para se desculpar por ter votado a favor do salário mínimo de R$ 260 proposto pelo governo acreditando que, em compensação, seria cumprido o acordo de incorporar à LDO 12 compromissos na área social, como obras de saneamento para a geração de emprego e ampliação do número de municípios beneficiados pelo programa Saúde da Família.
O intermediário do convite foi o presidente do PT no Distrito Federal, Vilmar Lacerda. "Desde a discussão do salário mínimo estávamos querendo conversar. Não queremos crise, vamos conversar", disse Genoino.
Ex-ministro da Educação, Cristovam foi demitido do cargo pelo telefone durante uma viagem ao exterior, na reforma ministerial.
A postura do senador foi debatida em jantar da bancada na noite de anteontem, logo após o pronunciamento. Tanto o líder do governo, Aloizio Mercadante (PT-SP), quanto a líder do PT, senadora Ideli Salvatti (SC), entendem o ressentimento de Cristovam pelo veto presidencial ao chamado "choque social", uma vez que eles próprios não foram avisados da decisão.
"Ele tem razão quanto à quebra do acordo, mas no contexto em que foi feito, o discurso fica com outro significado", disse Ideli.
A crítica maior dos líderes foi em relação ao apoio dado por Cristovam ao senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), vítima de uma interpelação judicial do PT por ataques feitos ao tesoureiro do partido, Delúbio Soares.
No jantar, os líderes foram advertidos da necessidade de o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, atender ao convite do Senado para dar explicações sobre as acusações de sonegação que pesam contra ele, antes que seja convocado pela oposição.
A convocação é possível desde a MP concedida a Meirelles.
(FERNANDA KRAKOVICS)


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