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ELEIÇÕES 2006/CONTROLE PÚBLICO
Livro reúne balanço de bens de políticos
Jornalista da Folha Fernando Rodrigues lança obra que estuda evolução patrimonial de eleitos em 1998 e 2002
Trabalho mostra que PT foi partido cujos eleitos mais enriqueceram, mas têm menor patrimônio médio entre as grandes siglas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em 2002, quando o PT elegeu a maior bancada na Câmara, os reeleitos pela sigla registraram uma evolução patrimonial média de 83,7% na comparação com 1998, a maior entre
os reeleitos pelos principais
partidos no mesmo período.
Essa é uma das principais informações do livro "Políticos
do Brasil" (Publifolha), resultado de pesquisa feita durante
cinco anos pelo jornalista Fernando Rodrigues, da Folha. No
mesmo período, segundo dados da Justiça Eleitoral, o ganho patrimonial médio dos
reeleitos foi de 41,8% -acima
da inflação de 27,2%.
O patrimônio médio dos petistas reeleitos, de R$ 188 mil, é
o menor, porém, entre os principais partidos em 2002. O
maior valor médio foi declarado pelo PFL, com R$ 3,196 milhões, seguido do PTB, com
R$ 2,152 milhões. PSDB, com
valor médio de R$ 1,463 milhão, e PMDB, com R$ 1,415
milhão, vêm em seguida.
Rodrigues obteve informações sobre o patrimônio de
3.570 políticos vencedores nas
eleições de 1998 e 2002, segundo declarações entregues pelos
próprios à Justiça Eleitoral. O
conjunto de dados sobre o patrimônio dos políticos eleitos
nesse período é inédito -apesar de alguns dados já terem sido divulgados separadamente.
O PSDB tem o eleito em
2002 com o maior patrimônio:
o deputado federal Ronaldo
Cezar Coelho, que declarou
bens no valor de R$ 297 milhões. O segundo lugar ficou
com o senador Paulo Octávio
(PFL-DF), com R$ 216 milhões. Na lista dos declaradamente mais ricos, não há o nome de políticos tradicionalmente mais conhecidos. Rodrigues diz que uma hipótese para
explicar isso é "a pulverização
do patrimônio entre os diversos integrantes de uma mesma
família com vários eleitos".
Além disso, há um problema
comum a políticos: muitos não
atribuíram valores aos bens.
É o caso do senador Antonio
Carlos Magalhães (PFL-BA).
Dono de ações de várias empresas, ele lista esses bens, mas
não informa seus valores. Não
há irregularidade nesse procedimento. A legislação exige dos
candidatos informação sobre
os seus bens, mas não seu valor.
Em 2002, 18 eleitos (1% do
total) tinham juntos R$ 1,131
bilhão, o que representava 50%
do patrimônio dos 1.790 eleitos. Outros 281 informaram
bens superiores a R$ 1 milhão.
O livro também traz uma lista com o CPF dos 3.570 políticos que tiveram os dados analisados. De posse desse número,
qualquer pessoa poderá verificar se o titular tem pendências
com a Receita Federal.
Um capítulo do livro apresenta um perfil dos políticos
brasileiros. O autor mostra
que, em 2002, 70,94% das 144
mulheres eleitas tinham nível
superior completo contra 67%
dos 1.069 homens eleitos.
NA INTERNET - Os dados obtidos por
Fernando Rodrigues para o livro estão
no site www.politicosdobrasil.com.br
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