São Paulo, Sexta-feira, 27 de Agosto de 1999
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PROTESTO
Recursos usados vêm de contribuições feitas por trabalhadores sindicalizados, políticos e militantes
Gasto com marcha passa de R$ 2,1 mi

PATRICIA ZORZAN
RICARDO GALHARDO
da Reportagem Local


Dados preliminares da coordenação da ""Marcha dos 100 mil" indicam que foram gastos pelo menos R$ 2.084.650 com o protesto de ontem.
Segundo o tesoureiro da CUT (Central Única dos Trabalhadores) nacional, Renísio Todeschini, desse total, R$ 2 milhões correspondem a recursos usados pela central no aluguel de 1.833 ônibus, alimentação e propaganda.
O restante - R$ 84.650- foi utilizado no pagamento da infra-estrutura do ato, incluindo montagem de palco, contratação de seguranças particulares e mídia em rádio e TV. ""A previsão é que esse gastos cheguem a R$ 120 mil", afirmou Vera Gomes, secretária nacional de Finanças do PT.
As despesas com aluguel de ônibus, alimentação e propaganda foram custeadas pelos 6 milhões de trabalhadores filiados aos 2.800 sindicatos da CUT. Os sindicatos arcaram com 80% desses recursos, as CUTs estaduais, com 14%, e a CUT nacional, com 6%.
Só a CUT-SP alugou 25 ônibus, fornecidos a entidades que sozinhas não poderiam custear a viagem. Marcos Tresmonde, assessor da central, afirmou que, em média, o custo de cada ônibus (com aproximadamente 40 lugares) e da alimentação fornecida aos manifestantes foi de R$ 2.500.
Mais R$ 6.000 foram empregados na confecção e colagem de 60 mil cartazes em São Paulo, conforme o tesoureiro da CUT-SP, Agenor Narciso. ""O dinheiro vem das mensalidades e contribuições mensais pagas pelos trabalhadores", declarou Todeschini.
Não foram contabilizados dados de transporte e alimentação de outras entidades.
Os R$ 84.650 utilizados em infra-estrutura foram divididos entre os principais partidos políticos (PT, PDT, PC do B, PSB, PCB e PSTU) e entidades (CUT, CMP, Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação, MST, UNE, Confederação Nacional dos Metalúrgicos e Contag) envolvidas na preparação ao ato.
Raimundo Ferreira Jr., secretário-geral do PT-DF, afirmou que, dessa verba, a maior contribuição partiu do PT -R$ 33 mil- e a menor -R$ 3.000-, do PCB.
De acordo com Vera Gomes, essa divisão foi feita de maneira proporcional à capacidade financeira e à representatividade de cada um dos organizadores.
Na maioria dos casos, os militantes assumiram suas despesas pessoais. Em Estados como Ceará, Paraíba, Piauí e Rondônia, as entidades deram uma ajuda de custo variável (R$ 75 para os cearenses e R$ 100 para os rondonienses, por exemplo).


Colaborou a Agência Folha

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