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Políticos divergem ao avaliar marcha
do Conselho Editorial
Parlamentares governistas e ministros reagiram de forma bem
diferente à marcha de ontem.
"Foi muito ruim para eles. Não
tinha povo, tinha aparelhos e máquinas", diz Pedro Parente, chefe
da Casa Civil, refletindo a análise
feita nas entranhas do Palácio do
Planalto.
"Se eu estivesse no lugar do presidente, procuraria ler tudo o que
foi dito, tirando os radicalismos, e
ver o que poderia corrigir", contrapõe o deputado Inocêncio Oliveira (PE), líder do PFL.
"Não deixou nenhuma marca",
diz o ministro das Comunicações,
Pimenta da Veiga (PSDB).
"Há realmente uma angústia
social", contrapõe outra voz governista, a do presidente da Câmara, deputado Michel Temer
(PMDB-SP).
A única coisa em que os quatro
coincidem é em elogiar o caráter
ordeiro e pacífico da manifestação, que Inocêncio chega a classificar até de alegre.
Se prevalecer a visão dos políticos, portanto, o governo teria correções de rumo a fazer, mas a palavra dos ministros indica claramente que isso não acontecerá.
Pimenta da Veiga chega a dizer
que a manifestação foi feita fora
de hora: "Quis capitalizar os sacrifícios que de fato foram exigidos
da população no primeiro trimestre no momento em que a economia já dá sinais de recuperação".
É com base nessa suposta recuperação que o ministro nega qualquer correção de rumos. "O governo quer ser sensível a todas as
manifestações, mas não há por
que fazer mudanças estruturais
justamente quando se vai colher
os resultados das restrições impostas nos últimos cinco anos."
Pedro Parente é menos enfático
do que Pimenta ao negar qualquer alteração. "Estamos trabalhando em uma série de coisas na
área social".
(CR)
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