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BANCÁRIOS
Ministro rebate crítica do PSTU, que o acusou de "trair" sua origem sindicalista
Berzoini vê "uso eleitoral" de greve
MARIANA CAMPOS
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SANTOS
O ministro do Trabalho, Ricardo Berzoini, criticou a forma como a greve dos bancários está, segundo ele, sendo utilizada em discursos políticos com objetivos
eleitorais. "A luta dos bancários,
da qual eu faço parte, não pode
ser condicionada por interesses
eleitorais de curto prazo."
A greve dos bancários começou
no último dia 15 e completa hoje
13 dias. A categoria quer 25% de
reajuste e aumento real, e os bancos ofereceram 8,5% a 12,77%.
A declaração do ministro foi dada em resposta à afirmação feita
por Dirceu Travesso, diretor do
Sindicato dos Bancários de São
Paulo (CUT) e candidato do
PSTU à Prefeitura de São Paulo,
de que Berzoini "traiu a sua história" ao negar pedido de apoio do
governo, feito por representantes
sindicais, para intermediar as negociações por reajuste salarial.
"Ele [Travesso] é candidato a
prefeito, e acho que, no momento,
está bastante influenciado pela
disputa eleitoral", afirmou Berzoini ao encerrar o 13º Congresso
Sindical Comerciário do Estado
de São Paulo, realizado na cidade
de Praia Grande no sábado.
Berzoini foi bancário e ex-presidente do mesmo sindicato do
qual Travesso hoje faz parte.
O PSTU veiculou na semana
passada, inserções de propaganda
eleitoral na TV em que usava a
greve para criticar a política econômica do governo federal.
Na última sexta-feira, o ministro se reuniu com sindicalistas
que buscavam apoio do governo
nas negociações com os bancos.
Segundo Berzoini, o governo está
atento ao movimento, sabe que as
partes ainda não chegaram a um
acordo e que há um impasse.
"Não cabe ao governo apoiar ou
deixar de dar apoio à greve. Cabe
observar e preservar o interesse
público. É através da livre negociação que se chega a um acordo."
Sobre a acusação feita por sindicalistas de que os bancos estão
usando força policial para conter
a greve, o ministro afirmou que
esse fator deve ser supervisionado
pelos governos estaduais. "O governo federal não tem nenhuma
orientação de repressão à greve.
Qualquer excesso da polícia deve
ser encaminhado para as autoridades responsáveis." Na semana
passada, houve confronto entre
bancários e policiais militares.
Sobre a greve dos servidores do
Judiciário, que já dura cerca de
três meses em São Paulo, Berzoini
afirmou esperar que o governador Geraldo Alckmin e os grevistas cheguem a um entendimento.
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