|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ELEIÇÕES 2006 / CRISE DO DOSSIÊ
PSDB pede a TSE quebra de sigilos telefônicos de Berzoini e de Freud
O objetivo é demonstrar ligação entre eles, Gedimar e Valdebran, que também foram alvo de pedido
"A gente não quer ganhar nada no tapetão, mas deixar transparente o que está sendo escondido", afirma
o presidente do partido
SILVIO NAVARRO
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A campanha de Geraldo
Alckmin (PSDB) protocolou
ontem na Justiça Eleitoral um
pedido para que sejam quebrados os sigilos telefônicos do
presidente do PT, Ricardo Berzoini, e de outros três envolvidos na compra do dossiê contra
tucanos -o advogado Gedimar
Passos, o petista Valdebran Padilha e o ex-assessor do Palácio
do Planalto Freud Godoy.
A cinco dias da eleição, a coligação formada por PSDB e PFL
alega que o ministro Márcio
Thomaz Bastos (Justiça) estaria retardando a divulgação de
dados sobre o caso, à espera do
primeiro turno, para não prejudicar a campanha de reeleição
do presidente Lula.
A representação oficiada ontem ao TSE (Tribunal Superior
Eleitoral) é extensão da ação
protocolada na semana passada, que pedia investigação contra o presidente por abuso de
poder econômico e político e a
cassação do registro da candidatura ou de eventual novo
mandato de Lula se comprovado sua ligação na tentativa de
compra do dossiê.
A ação em curso no TSE se
estende ao ministro da Justiça,
a Berzoini, Freud, Valdebran e
Gedimar. Os dois últimos foram presos pela Polícia Federal
com R$ 1,7 milhão em dinheiro
vivo para comprar o dossiê.
O pedido de quebra dos sigilos -de 5 de julho a 24 de setembro- foi entregue pelos
presidentes do PSDB, Tasso Jereissati, e do PFL, Jorge Bornhausen, ao corregedor-geral
eleitoral, Cesar Asfor Rocha.
"O que a PF tem que explicar,
para não ficar a idéia de que
enrolou a população à espera
da eleição, é de quem era o dinheiro e de onde veio", disse
Tasso. "A gente não quer nada
no tapetão, mas deixar transparente o que está sendo escondido na investigação."
"É a operação-tartaruga comandada pelo ministro da Justiça, que vem atuando como advogado criminalista do governo", disse Bornhausen. O argumento de tucanos e pefelistas é
que a abertura dos sigilos poderia demonstrar forte ligação de
Gedimar e Valdebran com
Freud, então assessor especial
da Presidência, e com Berzoini,
então coordenador-geral da
campanha de Lula.
O prazo para Lula e os outros
investigados entregarem ao
TSE a defesa prévia na investigação judicial sobre abuso de
poder no escândalo do dossiê
contra candidatos do PSDB só
deve terminar na segunda
quinzena de outubro.
O presidente do TSE, Marco
Aurélio de Mello, disse ontem
que dificilmente a investigação
será concluída neste ano. Segundo ele, após receber as defesas prévias, o corregedor-geral
deverá ouvir Lula, na condição
de candidato que poderia ter se
beneficiado, e os acusados de
tentativa de compra do dossiê.
Lula, Bastos e Berzoini foram
notificados anteontem, mas o
prazo de dez dias de que dispõem só começará a contar
quando ocorrer a notificação
do último dos seis investigados.
Gedimar e Valdebran serão notificados por via postal, conforme ordenou Asfor Rocha.
Asfor Rocha recebeu ontem
cópia do inquérito policial de
Mato Grosso para apurar a responsabilidade criminal atribuída a Luiz Antonio Vedoin, Paulo Roberto Trevisan, Gedimar e
Valdebran. Ele também determinou segredo de Justiça na investigação do TSE.
Texto Anterior: Marcos Nobre: Realismo social Próximo Texto: Eleições 2006/Presidência: Governo foi mais rápido no caso do caseiro, diz Alckmin Índice
|