São Paulo, domingo, 27 de outubro de 2002

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VOTAÇÃO

UM PAÍS NAS URNAS Com apenas dois cargos em disputa, TSE prevê um dia com menos filas do que o do primeiro turno; mesários poderão instruir eleitor em caso de demora na votação

Justiça espera eleição sem grandes filas

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com uma eleição mais simples que a do primeiro turno, a Justiça Eleitoral espera que os 115,254 milhões de eleitores sejam poupados da longa permanência em fila e pretende cumprir desta vez as metas de apuração de 90% dos votos até meia-noite de hoje e 100% amanhã.
Contará a favor da rapidez o fato de haver somente dois cargos em disputa: presidente da República -a votação acontece em todo o país- e governador -em 13 Estados e no Distrito Federal.
No último dia 6, o eleitor precisou digitar na urna eletrônica 19 números e seis vezes a tecla "confirma" para votar nos seis cargos em disputa: deputado federal, deputado estadual, dois senadores, governador e presidente. Agora, são no máximo quatro números e duas vezes a tecla "confirma".
Em São Paulo, onde um terço das seções tem mais de 500 votantes, a expectativa é que haja filas, mas em menor extensão em razão da simplicidade do voto.
Desgastado com as críticas ao atraso no primeiro turno, o Tribunal Superior Eleitoral tomou algumas providências para minimizar os riscos de repetição dos problemas daquele momento.
Os mesários foram orientados a instruir o eleitor sobre o uso da urna eletrônica na hipótese de demora de mais de cinco minutos. Caberá a fiscais dos partidos na seção conferir se ele está extrapolando nessa ajuda.
O TSE aprovou uma resolução restrita aos locais onde haverá votação impressa, o que atinge 7% do eleitorado, mas o ministro Fernando Neves disse que ela é extensiva às demais seções eleitorais do país, onde não há a novidade da impressora acoplada à urna.
O voto é impresso no Distrito Federal, em Sergipe e em 74 municípios em todo o país. Ele foi instituído em caráter de teste e permite a comparação entre o resultado da urna eletrônica e os registros impressos de cada voto, mas revelou-se polêmico do ponto de vista operacional.
Outro problema que o TSE tenta contornar hoje é a demora na substituição de urna eletrônica defeituosa por outra. Os tribunais regionais eleitorais foram orientados a aumentar o número de equipes de técnicos mobilizados em locais estratégicos, dentro de automóveis da Justiça Eleitoral com urnas de reserva.
Há 320.458 seções eleitorais no país e no exterior, onde os brasileiros cadastrados para a eleição votam apenas para presidente .
Dos 115,254 milhões de eleitores inscritos no cadastro do TSE, 20,473 milhões (17,7%) não compareceram no primeiro turno. Outros 7,36% anularam o voto e 3,03% acionaram a tecla "branco" na eleição presidencial. A apuração durou 62 horas.
Quando terminar a votação em cada seção, o mesário deverá imprimir cinco vias do boletim de urna, que é o documento com o resultado da votação. Depois poderá imprimir outras vias para fiscais de partidos eventualmente presentes. O passo seguinte será a criptografia (embaralhamento) dos dados arquivados na urna, que serão gravados em disquete e levados a cartórios ou zonas eleitorais por um funcionário da Justiça Eleitoral ou dos Correios. Desses locais, serão transmitidos para o tribunal regional do Estado. A transmissão é feita por linha telefônica ou satélite.

Pronunciamento
O ministro Nelson Jobim, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), fez ontem um pronunciamento de 2 minutos e 52 segundos em rede de rádio e TV, em que ressaltou a importância do voto e esclareceu o papel dos mesários nas eleições de hoje.
"O Brasil espera de você uma decisão lúcida, tranquila, porque está em jogo o nosso futuro, está em jogo a nossa consolidação democrática. É o voto a grande manifestação de todo o brasileiro, o voto que decide a formulação das políticas públicas."


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