DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O ex-ministro José Dirceu ganhou ontem o apoio de 91 artistas e intelectuais que divulgaram manifesto condenando sua possível cassação -"uma afronta às regras democráticas cuja conquista custou tanta luta e sacrifício".
O mesmo texto, com o título "Em Defesa da Democracia e da Constituição", corrobora a versão dada pelo ex-tesoureiro petista Delúbio Soares para o financiamento ilegal de partidos.
"Um clima de rancorosa euforia tomou conta das forças oposicionistas. [...] Pouco importa que inexistam evidências sólidas contestando o depoimento do ex-tesoureiro petista, segundo o qual recursos não-contabilizados saldaram dívidas eleitorais e foram originados por empréstimos bancários legalmente reconhecidos pelo Banco Central", diz o texto.
O texto é assinado, entre outros, pelo arquiteto Oscar Niemeyer, a empresária Cosette Alves, o escritor Fernando Morais, o ex-secretário de Imprensa da Presidência Ricardo Kotscho, os atores Paulo Betti e José de Abreu, o cartunista Ziraldo e os cineastas Tizuka Yamasaki e Guilherme Fontes.
Estão ausentes alguns petistas históricos, que costumam assinar manifestos freqüentemente, como o compositor Chico Buarque, o ator Antônio Fagundes e a filósofa Marilena Chaui. "Não sei o que aconteceu, eles não estavam na minha lista", disse Abreu, que junto com Morais e a atriz Consuelo de Castro entregou o manifesto ao presidente da Câmara, Aldo Rebelo (PC do B-SP).
"É um manifesto de pessoas não necessariamente ligadas ao PT que não se conformam com a tentativa de degola do ex-ministro José Dirceu. Não sou amigo íntimo dele, mas não tenho nenhuma dúvida quanto à sua integridade", disse Morais, que foi uma das suas testemunhas de defesa no Conselho de Ética. (FZ)


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