São Paulo, sábado, 27 de outubro de 2007

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Juiz decreta prisão preventiva de 9 envolvidos

DA REPORTAGEM LOCAL

O juiz Alexandre Cassetari, da 4ª Vara Federal Criminal de São Paulo, decretou a prisão preventiva de nove pessoas envolvidas na Operação Persona, realizada para combater sonegação fiscal na importação de equipamentos de informática. As prisões foram pedidas pelo Ministério Público Federal de São Paulo.
Seis deles, que já estavam havia dez dias na custódia da PF, foram transferidos para o CDP (Centro de Detenção Provisória) de Guarulhos -o fundador da Cisco do Brasil, Carlos Carnevali, os executivos da distribuidora Mude Moacyr Sampaio, Hélio Pedreira, José Roberto Pernomian, o despachante aduaneiro Paulo Moreira e o empresário Cid Guardia Filho.
Dois executivos da Mude (Fernando Grecco e Marcelo Ikeda), que haviam sido presos por cinco dias e liberados em seguida, retornam para a prisão. A Folha apurou que Ikeda estava com as malas prontas quando a Polícia Federal chegou ontem em sua casa.
O auditor aposentado da Receita Ernani Maciel também teve a preventiva decretada. Segundo a defesa, ele irá se entregar hoje à PF.
Segundo o juiz, os nove presos são os principais dirigentes do suposto esquema de fraude envolvendo a Cisco do Brasil. Ainda não há uma denúncia formal, portanto, eles não são réus, mas investigados. "Embora ainda não estejamos diante de provas inequívocas dos crimes praticados pelos representados, é inquestionável que, com o grau de influência e comando de cada um desses investigados, há o risco de que soltos voltem a praticar ações idênticas em prejuízo à ordem econômica", disse o juiz.
Segundo a Receita, nos últimos cinco anos, o grupo causou um prejuízo de R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos.
O advogado Antonio Ruiz Filho, que defende Sampaio, Pernomian, Ikeda e Grecco, afirma que irá pedir a revogação das prisões. "Não há fato novo que justifique as prisões."
Paulo Iasz de Morais, defensor de Pedreira, diz que, sem uma denúncia formal, a detenção não tem sentido. "Além disso, há dois anos o meu cliente estava afastado da empresa."
Celso Villardi (Cid e de Ernani) irá recorrer da decisão. A Folha não conseguiu falar com a defesa de Carnevali.


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