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Decisão diminui abuso em greves, dizem advogados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Juristas dizem que a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de estabelecer
regras para greve no setor
público deve diminuir os casos de abuso entre grevistas.
A principal mudança para
o cidadão, dizem, poderá ser
vista quando houver paralisação em áreas essenciais,
como saúde e transporte,
pois há previsão de manutenção de serviço mínimo.
"Vão ser seguidas regras
que estabelecem conseqüências quando isso não for
cumprido", diz a professora
da Faculdade de Direito da
USP Odete Medauar. Geralmente, a Justiça entende que
ao menos 30% do serviço devem ser mantidos.
"Até ontem [anteontem],
não existia regra. Tínhamos
todo tipo de movimento grevista e a população é quem
mais sofria. Agora, as greves
não poderão ocorrer de qualquer forma", diz o professor
da PUC-SP Marcel Cordeiro.
Com as regras, a decisão de
interromper os trabalhos
tem de ser aprovada em assembléia de trabalhadores e
a paralisação deve ser informada com 48 horas de antecedência. No caso de serviço
essencial, o aviso deve ser
feito 72 horas antes da greve.
Especialista em direito
trabalhista da Tostes e Associados Advogados, Rui Meier
acredita que a medida pode
acabar com os casos em que
servidores decidem pela greve justamente para iniciar as
negociações salariais.
Pela decisão do Supremo,
os servidores passam a seguir as mesmas regras da iniciativa privada. Assim, também pode haver desconto do
período parado no contracheque. Apesar de a lei prever punição em caso de abuso, especialistas acham remota a possibilidade do servidor público ser demitido.
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