São Paulo, segunda-feira, 27 de outubro de 2008

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Ministro oferece vitória de prefeito ao presidente

DA ENVIADA ESPECIAL A SALVADOR
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Maior beneficiado da postura do presidente Lula na eleição em Salvador, o ministro Geddel Vieira Lima (Integração Nacional) "ofereceu" a vitória ao petista, em telefonema logo após a divulgação dos resultados.
"Ele é o grande vencedor", afirmou o ministro, que tenta capitalizar politicamente a aproximação com Lula, presidente com popularidade recorde na Bahia.
O segundo turno entre PMDB e PT na Bahia fez Lula ficar fisicamente distante da disputa -ele não gravou para nenhum dos dois candidatos nem subiu em palanque.
Mas nos bastidores até petistas reconhecem que a preferência do Planalto era pela vitória do PMDB, partido com o qual Lula pretende compor a aliança para fazer o seu sucessor em 2010. Pelo apoio do PMDB, Lula fez uma série de concessões nestas eleições, em detrimento do próprio partido, o PT.
Ontem, João Henrique afirmou que, por intermédio de Geddel, pretende reforçar a parceria com o governo federal, principalmente no que diz respeito aos investimentos na capital.
Mal avaliado no início de sua gestão, o peemedebista reverteu os índices de rejeição usando um instrumento que sempre acompanhou a sua carreira. Em pouco mais de três anos, gastou R$ 61,5 milhões em publicidade, praticamente o mesmo desembolsado pelo seu antecessor, Antonio Imbassahy (PSDB), em oito anos de administração (R$ 62,2 milhões).
Evangélico, João Henrique evoca sempre a religião. Ontem, citou quatro vezes a palavra Deus em dois minutos de entrevista, ao acompanhar Geddel na votação.
Ele diz que o livro predileto é a Bíblia, a música é religiosa ("Preciso de ti, Senhor"), a cidade que deseja conhecer, Jerusalém. Em todos os debates, o prefeito sempre começou e encerrou o sua participação fazendo um agradecimento a Deus.
No final dos anos 80, quando se elegeu vereador em Salvador, João Henrique era filiado ao extinto PFL e integrava o grupo político do senador Antonio Carlos Magalhães (1927-2007).
Até chegar à prefeitura pela primeira vez, em 2004, ele foi deputado estadual em duas legislaturas, ambas pelo PDT. Em junho de 2007, atendendo a convite de Geddel, migrou para o PMDB. Antes, tentou ingressar no PT, mas foi vetado pela cúpula do partido. (LS E LF)


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