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Governador tira todos os detidos dos cargos
JAIRO MARQUES
DA AGÊNCIA FOLHA
O governador Flamarion Portela (PT), 48, exonerou na manhã
de ontem todas as pessoas que estavam sendo presas pelos agentes
da Polícia Federal e que faziam
parte do primeiro e segundo escalões de seu governo. Entre elas está o chefe da Polícia Judiciária do
Estado, delegado Ângelo Paiva, tido como foragido da Justiça.
Outras autoridades são alvo das
investigações. Além de deputados
estaduais e federais e conselheiros
do Tribunal de Contas, o próprio
governador Portela é suspeito de,
por pelo menos nove meses -de
abril de 2002, quando assumiu o
lugar de Neudo Campos no governo do Estado, até dezembro-
ter sido conivente com os desvios
de recursos públicos.
O nome do petista aparece em
diversos dos cerca de 500 depoimentos colhidos pela força-tarefa.
Portela nega as acusações.
"A população pode ficar tranquila porque a Justiça vai fazer a
sua parte. Outras operações vão
ser realizadas e, ao seu momento,
todos os envolvidos vão responder por seus atos", declarou o
procurador da República Carlos
Fernando Mazzocco.
Levantamento feito pela PF detectou que a folha de pagamento
de pessoal da gestão Portela, que
era filiado ao PSL, passou de R$
11,6 milhões em janeiro para R$ 15
milhões em outubro e chegou a
R$ 17 milhões em novembro. A
Lei Eleitoral proíbe reajuste de salários e contratações de servidores
três meses antes e três meses depois do período eleitoral.
A apuração tenta descobrir por
que o governo Portela abriu uma
conta corrente em dezembro do
ano passado, supostamente para
fazer pagamento de funcionários
públicos, e movimentou, em dois
dias, R$ 5 milhões, sacados em espécie direto do caixa.
Apenas em 2002, R$ 180 milhões de dinheiro público passaram pela empresa privada responsável por movimentar livremente contas do governo do Estado para pagar os servidores.
Entre os 40 presos ontem estavam o deputado estadual licenciado Berinho Bantim (PSL) e a secretária de Articulação Municipal
e Política Urbana, Vera Regina.
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