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Citi prevê "6 meses muito difíceis"
DO ENVIADO ESPECIAL A DAVOS
O vice-presidente do Citigroup,
William Rhodes, é menos otimista do que a maioria dos economistas que estão Davos sobre o
pouso da economia norte-americana. Não espera uma recessão,
mas imagina que "os próximos
seis meses serão muito duros".
Rhodes cita o consenso entre
economistas, inclusive os de seu
próprio banco, de que, depois da
desaceleração deste primeiro trimestre, a economia dos EUA se
recuperará o suficiente para terminar o ano com um crescimento
de entre 2% e 3%. E desconfia desse consenso: "Acho que será mais
difícil do que pensam muitos economistas, inclusive os do banco".
Mesmo que haja crescimento
de, por exemplo, 2%, será "uma
grande redução" em relação à
média de crescimento dos EUA
nos últimos dez anos -acima de
4%. Pior: Rhodes acha que há fatores que podem causar impactos
negativos capazes de aumentar as
dificuldades que ele prevê. Cita:
1 - O preço do petróleo. "A Opep
(Organização dos Países Exportadores de Petróleo) está agindo de
maneira mais efetiva e mantendo
os preços elevados."
2 - A crise na Califórnia, que está
enfrentando escassez de energia.
3 - Continuará a volatilidade do
Nasdaq, o índice que traz o comportamento da "nova economia".
4 - A atitude dos consumidores
norte-americanos. "Não está claro para onde irão", diz Rhodes.
Há quem ache que está, sim, claro para onde irão os consumidores dos EUA: para o consumo.
Martin Feldstein, presidente do
Escritório Nacional de Pesquisa
Econômica dos EUA e ex-conselheiro do presidente George W.
Bush, acha que os consumidores
logo estarão gastando por conta
da futura redução dos impostos
prometida por Bush.
Se Feldstein estiver certo, fica
mais lógico apostar em uma desaceleração de curta duração, como
diz o consenso citado por Rhodes
e muito repetido na 31ª edição do
Fórum Econômico Mundial.
Seja como for, o vice-presidente
do Citi prevê, para os mercados
emergentes, "um ano pedregoso". Sofrerão pelo menos duas
consequências: queda nos investimentos externos diretos e nas
compras americanas de seus produtos de exportação.
Rhodes cita dados do IIF (Instituto de Finanças Internacionais),
que dizem que as exportações, este ano, aumentarão apenas 6%
em relação ao ano passado, quando aumentaram 22% sobre 1999.
Quanto ao investimento externo, o IIF calcula que os países
emergentes receberão, em 2001,
algo entre US$ 160 bilhões e US$
170 bilhões -em 1997, na crise
asiática, foram US$ 269 bilhões.
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