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Falha atrasa
votação na
Câmara
LUIZA DAMÉ
DENISE MADUEÑO
da Sucursal de Brasília
Falhas no painel eletrônico tumultuaram a sessão da Câmara de
ontem e atrasaram a votação do
projeto de lei que regulamenta a
reforma administrativa, parte do
ajuste fiscal do governo. O painel
mostrava a presença de parlamentares ausentes na sessão. Líderes
governistas admitiam ontem que
dificilmente a votação seria concluída na sessão.
Até o fechamento desta edição, a
primeira votação do projeto (texto
base) ainda não havia sido concluída. A previsão do presidente da
Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), era de pelo menos dez votações nominais do projeto, quando
há registro no painel eletrônico.
É que, além do texto básico, seriam votados dispositivos de forma separada.
O líder do governo na Câmara,
Arnaldo Madeira (PSDB-SP), afirmou que a conclusão da votação
deverá ficar para fevereiro. Segundo ele, a prorrogação da votação
na sessão de hoje seria muito difícil
porque os deputados não ficam em
Brasília nas quintas-feiras.
"Vamos tentar avançar o máximo. Se não der para terminar, a votação fica para fevereiro", disse.
Quando começou a sessão, às
17h18, o painel registrava a presença em plenário de 496 deputados.
Na lista constavam, por exemplo,
os nomes dos deputados Arnaldo
Faria de Sá (PPB-SP), Pimentel
Gomes (PPS-CE) e Maria da Conceição Tavares (PT-RJ), que, no
entanto, não haviam registrado
suas presenças.
"Esse painel é muito avançado.
Ele faz o que quer. Eu não registrei
presença", disse Faria de Sá. Gomes está internado em hospital de
Fortaleza e Conceição Tavares,
hospitalizada no Rio de Janeiro.
A oposição pediu a Temer que
realizasse votações com a declaração de voto no microfone, argumentando que o sistema estava sob
suspeita. O procedimento atrasaria mais a votação.
Temer negou o pedido, argumentando que houve uma falha
técnica: o registro mostrado pelo
painel se referia a uma votação antiga. "Certa e seguramente essa listagem não é do dia de hoje", afirmou. O painel inaugurado em novembro do ano passado custou R$
7,8 milhões. Ele tem um sistema de
identificação pela impressão digital do parlamentar.
²
Projeto
O projeto de lei em discussão estabelece o limite de gastos com
pessoal em 60% da arrecadação de
Estados e de municípios e em 50%
da arrecadação da União.
A União, os Estados e os municípios que gastarem acima do limite
terão de reduzir o excesso em pelo
menos dois terços nos primeiros 12
meses a partir da vigência da lei e o
restante (no máximo um terço) no
ano posterior, segundo texto negociado pelos governistas.
O texto original do governo previa o início da adaptação ao limite
no próximo ano. O descumprimento dos limites implica suspensão dos repasses de verbas federais
e estaduais para Estados e municípios e proibição de financiamentos
em instituições financeiras federais.
Os governantes que não se ajustarem aos limites não poderão
conceder vantagens ou aumentos
salariais aos servidores, criar cargos ou alterar a estrutura de carreiras e admitir funcionários, exceto
nas áreas de saúde, de educação e
de segurança pública.
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